terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Fumar mata 35% das bactérias da boca



Pessoas que fumam perdem cerca de 35% da biodiversidade bacteriana bucal, a chamada flora da boca. É o que mostra uma análise feita por especialistas do A C Camargo Cancer Center e da Universidade de São Paulo. Além disso, segundo a pesquisa, pessoas que consomem bebidas alcoólicas e fumam perdem 20% de bactérias da boca.

Especialistas comentaram que esse cenário pode ser preocupante porque a presença de uma comunidade saudável de bactérias na boca ajuda a proteger essa parte do corpo. Bactérias do “bem” podem ajudar a manter sob controle micróbios daninhos ou produzir substâncias  benéficas para a boca. Com o desequilíbrio constante causado pelo consumo de álcool e tabaco, a biodiversidade alterada das bactérias poderia acelerar os problemas de saúde ligados a essas drogas, favorecendo o aparecimento de tumores bucais, por exemplo.

“Achamos que aquelas bactérias que conseguem adentrar, esse território, agora desprotegido do biofilme, a capa de micróbios que antes defendia a mucosa, podem estar ligadas a isso” explicou o biólogo  Emanuel Dias Neto, em entrevista a folha de São Paulo.

Para chegar aos resultados, foram coletados amostras da boca e da língua de 22 voluntários. A  partir das  amostras, os cientistas usaram um técnica que “pesca” pequenos trechos DNA bacteriano, que são úteis para identificar à espécie de micróbio a qual pertencem esses pedaços de DNA. Pode parecer estranho que a boca de quem bebe e fuma tenha mais tipos de bactérias do que a de quem apenas fuma, mas há uma explicação para isso. É que o álcool pode servir de nutriente para um grupo de bactérias especializadas em metaboliza-lo. Elas transformam a substância em acetaldeido, que é outro componente bastante tóxico e carcinogênico. Ou seja, quem bebe e fuma tem mais bactérias na boca o que não significa algo positivo, já que, segundo os cientistas, as bactérias aumentam a propensão ao câncer.

Fonte:

@odontologia_sistemica