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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Seu anticoncepcional (pílula, DIU ou anel) contém PROGESTINA? Então leia isto...



Desconheço anticoncepcionais com progesterona, sejam eles orais, em DIU (p.ex. Mirena) ou anéis (p.ex. NuvaRing) – todos eles são com progestinas; quer saber as diferenças para a sua saúde entre o uso de progesterona ou de progestinas? Então leia estes links atentamente, e forme sua própria opinião sobre a questão:
(Parte 1) – Entenda seu ciclo e para que você precisa de hormônios por toda a vida:
(Parte 2) – Entenda o que acontece quando você “mexe” com o equilíbrio hormonal do seu organismo (como e por que isto ocorre):

Por que estou postando isto? Hoje uma paciente me mandou email com várias dúvidas sobre anticoncepcionais e uma das frases me motivou a este post, em especial:
… “a minha médica me disse que o Elani é de progesterona”…
Sobre este comentário, creio ter que informar que (antes de continuar, por favor LEIA o conteúdo dos links acima ou pode não entender direito o que vou tentar explicar – o texto total é longo MAS duvido se não vai te interessar e tirar MUITAS dúvidas):
1 – Segundo a bula do Elani, sua composição é drospirenona + etinilestradiol, ou seja, se drospirenona fosse progesterona, possivelmente estaria escrito assim, não? Aliás, se progestina fosse progesterona, provavelmente não haveria este outro nome para ela ou necessidade deste, não acham?
2 -  Olhe as 2 moléculas e me diga se são iguais: porque se não forem, como esperar que o organismo humano interprete-as como tal e assim determine efeitos iguais de ambas?
3 – Será que não existe anticoncepcional com  progesterona, de verdade, porque como qualquer organismo humano consegue produzi-la a molécula não poderia ser patenteada e, por isso, precisariam “mudá-la um pouco” para poder patenteá-la como nova molécula e assim lucrar com sua venda (mas aí dizendo que seria esta progestina “a mesma coisa” que progesterona, para não prejudicar as vendas)?
4 – Sim, muitas bulas e informações na internet e prestadas pela indústria farmacêutica levam médicos e pacientes a achar que progestinas e progesterona são “a mesma coisa”  ou que as pequenas diferenças entre as moléculas não causem efeitos deletérios ao organismo mas leia os links acima e perceba: moléculas diferentes, por minimamente diferentes que sejam, causam efeitos diferentes no organismo, já que ele sempre percebe diferenças! E de fato, progesterona tem efeitos gerais protetores, até equilibrando os efeitos dos potentes estrogênios (que as mulheres produzem em grande quantidade ao longo de uma vida normal) MAS as progestinas são cada vez mais implicadas, em centenas de estudos, com efeitos até opostos à progesterona (mais uma vez, leia o conteúdo dos links acima, se ainda não o fez).
Quer um exemplo disto? Mais uma vez usando a drospirenona (mas ressaltando que este raciocínio vale para TODAS as progestinas): se ela é uma progestina MAS toda progestina “é a mesma coisa” que progesterona (ou age “igual”), como explicar o alerta da ANVISA (http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/998472-estudo-aponta-que-anticoncepcionais-aumentam-risco-de-trombose.shtml) de que anticoncepcionais com drospirenona aumentam o risco de trombose se a progesterona (de verdade, por exemplo produzida pelo corpo e mesmo a bioidêntica, molecularmente idêntica à que produzimos, em doses adequadas) melhora a circulação sangüínea (em boa parte por efeito “anticoagulante”)? Se progesterona e progestina têm efeitos diferentes, até mesmo alguns antagônicos, só podem ser substâncias diferentes, não? Se progestina fosse o mesmo que progesterona, portanto, COMO explicar esta discrepância?
5 – Desconheço qualquer texto científico que seja, atual e bem embasado, que diga categoricamente que progesterona e progestinas são a mesma coisa ou que têm totalmente os mesmos efeitos. Se alguém conhecer algum por favor me envie MAS acho muito improvável que isto exista até porque, como já provei acima, são substâncias com estruturas químicas diferentes e bem sabemos que estas diferenças necessariamente causam diferenças no jeito como nosso organismo as interpreta, que vão refletir nos efeitos provocados.

Resumindo, ante todo o exposto:
DESCONHEÇO anticoncepcionais com progesterona, sejam eles orais, em DIU (p.ex. Mirena) ou anéis (p.ex. NuvaRing) – todos eles são com progestinas; e qual o impacto disto na sua saúde? Quanto mais tempo você usá-los, maiores as conseqüências sobre o seu organismo da carência de progesterona (conforme já extensamente demonstrada e discutida nos links citados), levando a uma grande gama de sintomas possíveis e mesmo a sintomas de climatério-não-compensado (“menopausa”), bem antes que ela ocorra “naturalmente”.

Entendido?

Um abraço e boa semana!

Dr. Ícaro Alves Alcântara
www.icaro.med.br

* A idéia deste texto é esclarecer sobre o assunto, de forma bem fundamentada e explicativa; sugestões de melhoria e criticas construtivas são sempre bem vindas!


terça-feira, 4 de outubro de 2011

Métodos Contraceptivos...


Segundo o Ministério da Saúde 37% das internações no SUS por gravidez, parto e puerpério correspondem a mulheres entre 10 e 19 anos. A gravidez indesejada entre mulheres de 20 a 24 anos corresponde a 15%. Conhecer os métodos contraceptivos, saber como usá-los e e qual é o mais adequado para você é o primeiro, e melhor, passo para evitar uma gravidez indesejada.

Didaticamente os métodos contraceptivos são divididos em: métodos comportamentais, de barreira, dispositivo intra-uterino (DIU), hormonais e cirúrgicos.

Métodos comportamentais

Tabelinha: também conhecido como calendário ou método rítmico está entre um dos métodos contraceptivos mais conhecidos e usados. 

                                                            
 Somente é indicado para mulheres com ciclo menstrual regular uma vez que  o período fértil é calculado de acordo com seu ciclo. Para saber quando é o período fértil a mulher deve saber a data da próxima menstruação e subtrair 14 dessa data. O resultado é o dia da próxima ovulação. Contando 4 dias antes e 4 dias depois tem-se o período fértil.

Nesse período a mulher deve abster-se de relações sexuais ou fazer uso de outro método contraceptivo, como camisinha ou espermicida. Apesar de ser um método bastante conhecido e utilizado é bastante falho. Saber quando é o período fértil é mais válido para quem quer engravidar do que para quem quer evitar uma gravidez indesejada.

Temperatura basal: Método pouco utilizado e também bastante falho.


Após a ovulação a temperatura corpórea aumenta de 0.3 a 0.8 ºC,  por três dias. A mulher que optar por esse método contraceptivo deve medir sua temperatura, todos os dias, antes de se levantar, com o termômetro embaixo da língua por alguns meses. Ela deve anotar essas temperaturas num gráfico com o propósito de estabelecer um padrão do aumento da sua temperatura.

Com o padrão já estabelecido ela deve fazer abstinência sexual, ou usar outro método contraceptivo, durante a primeira parte do ciclo, logo após a menstruação, até três dias depois do aumento de temperatura.

Billing ou Muco Cervical: Consiste na identificação do período fértil de acordo com as mudanças no muco cervical.


Dois ou três dias após a menstruação tem o aparecimento do muco cervical. Com o passar dos dias ele vai aumentando de volume e espessura. No período fértil o a mulher consegue fazer um fio entre os dedos, como na figura ao lado, com o muco cervical.

Para esse método funcionar a mulher deve fazer o teste com o muco cervical todos os dias e fazer abstinência sexual, ou usar outro método contraceptivo, no período fértil.

A combinação do três métodos contraceptivos citados acima, também conhecido como Método Sintotérmico aumenta a eficácia dos mesmos.

Coito Interrompido: Esse método consiste na retirada do pênis da vagina antes da ejaculação. Possui um alto índice de falha pois vários homens não tem controle sobre a ejaculação. 

Os métodos contraceptivos comportamentais são os menos eficazes pois dependem diretamente da motivação do casal, eles mexem com a rotina e comportamento, podem causar ansiedade e não protegem contra as doenças sexualmente transmissíveis.

Métodos de Barreira

Camisinha: Assim como todos os métodos de barreira impede que o espermatozóide chegue útero. Tanto a camisinha masculina quanto a feminina além de prevenir uma gravidez indesejada protegem contra as doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a Aids, e são de fácil acesso (são distribuídas nos postos de saúde).

  Camisinha masculina: envoltório de látex que envolve o pênis.



Para que a camisinha funcione é necessário que ela seja colocada da maneira correta e que alguns cuidados sejam tomados. Nunca esqueça de observar a data de validade da camisinha e que a embalagem não deve ser aberta com a boca para evitar que pequenos furos sejam feitos no látex.

   Camisinha feminina: bem menos utilizada que a camisinha masculina, consiste em um tubo, já lubrificado, de poliuretano, com uma extremidade aberta e outra fechada que é introduzido na vagina.

Diferente da camisinha masculina pode ser colocada bem antes da relação sexual. O índice de falha, tanto da camisinha masculina quanto da feminina, é muito baixo.

Diafragma:  É um anel flexível, coberto por uma borracha fina que deve ser colocado pela mulher no colo do útero.

Recomenda-se que seja colocado 15 minutos antes da relação sexual. Quando higienizado e armazenado de maneira correta pode ser utilizado por até 3 anos. Deve-se ser retirado de 6 a 24 horas depois da relação sexual.

Sua eficácia é maior quando usado em conjunto com um espermicida. Deve ser encaixado com os dedos no colo do útero.  Antes de iniciar seu uso a mulher deve procurar um ginecologista par saber o tamanho certo do diafragma.

Espermicida: podem ser encontrados na forma de cremes, geléias, supositórios, tabletes e espumas. São substâncias que matam os espermatozóides.

Dispositivo intra-uterino (DIU)

São artefatos de polietileno, podem ser de cobre ou conter hormônios, que são inseridos na cavidade uterina. Devem sempre ser colocados por um ginecologista.

Bastante recomendados para mulheres com hemorragias abundantes ou cólicas menstruais muito fortes. Hoje existem DIUs de duração de até 15 anos. Uma desvantagem é que se houver gravidez ele pode causar aborto no primeiro ou segundo trimestre de gravidez.

Deve ter com controle a cada 6 meses com seu ginecologista pois seu organismo pode expulsar o dispositivo ou ele pode ser retirado do lugar durante a relação sexual, causando assim grande desconforto para as mulheres.
Tem uma eficácia alta, de 95 a 99,7%

Métodos hormonais

São constituídos de hormônios (estrogênio e progesterona) que podem ser combinados ou não. São muito eficazes (99,9%) quando utilizados de maneira correta. Atuam impedindo a ovulação. Podem ser orais (pílulas anticoncepcionais e pílula do dia seguinte), injetáveis, adesivos,implantes e anel vaginal.

Pílulas Anticoncepcionais: Conhecidas também apenas como pílulas podem ter 21, 24 ou 28 comprimidos. As pílulas com 28 comprimidos interrompem a menstruação. Devem ser tomadas todos os dias, preferencialmente no mesmo horário.



Inicia-se o tratamento no primeiro dia do ciclo menstrual, ou seja, no primeiro dia de menstruação. Ao final da cartela deve ser repeitado o intervalo para o inicio da próxima, 7 dias para pílulas de 21 comprimidos e 4 dias para as de 24. Pílulas de 28 comprimidos não tem intervalo entre as cartelas.

O ginecologista é a pessoa certa para te indicar a pílula anticoncepcional que melhor se adeque ao seu organismo.

Pílula do Dia Seguinte: É um contraceptivo de emergência, de alta dosagem hormonal. Deve ser usado com cautela, pois a alta dosagem de hormônios pode trazer danos ao organismo, quando houver relação sexual sem proteção.

Tem que ser tomada até 72 horas depois da relação sexual sem proteção. A segunda pílula deve ser tomada 12 horas depois da primeira. 
Pode desregular o ciclo menstrual.



Você pode saber mais sobre pílulas anticoncepcionais e pílula do dia seguinte acessando o blog http://www.2gotinhasderivotril.blogspot.com

Injetáveis: Hormônios de aplicação intramuscular.
Quando constituído apenas de progesterona tem duração de 1 a 3 meses, já quando em associação com estrogênio é de aplicação mensal.

Adesivos: São semelhantes aos adesivos para reposição hormonal usados por mulheres na menopausa. Cola-se o adesivo na pele, deixa por três semanas e depois faz um intervalo de uma semana para colar o próximo adesivo.

Implantes: Bastão contendo o hormônio progesterona que é implantado no antebraço, sob pele, por um ginecologista com anestesia local. Tem duração de três anos.





Anel Vaginal: Anel de material plástico contendo hormônio. Deve ser inserido na vagina onde fica por três semanas, não atrapalha as relações sexuais. Após três semanas a mulher retira, faz uma pausa de uma semana e pode inserir outro anel. É um método contraceptivo bastante eficaz.

Métodos Cirúrgicos

Laqueadura: Método de contracepção definitivo. Consiste na ligadura ou corte das trombas da mulher impedindo assim ligação óvulo e espermatozóide. É realizada em hospital, no centro cirúrgico e deve seguir critérios rígidos estabelecidos na legislação vigente.

Vasectomia: Consiste na ligadura dos canais deferentes do homem. Apesar de ser um método contracaptivo definitivo existem possibilidade de reversão e esse é dos motivos pelo qual a vasectomia tem se tornado cada vez mais comum. Não necessita de internação, é feita em ambulatório com anestesia local.

Os métodos contraceptivos cirúrgicos são 100% eficazes!

Usados corretamente todos os métodos contraceptivos são eficazes e tem suas vantagens e desvantagens. O ginecologista é o profissional certo para indicar o melhor anticoncepcional para cada mulher. É sempre muito importante lembrar que o único método anticoncepcional que previne as doenças sexualmente transmissíveis é a camisinha por isso é de extrema importância a dupla proteção!