terça-feira, 18 de março de 2014

Cárie dentária: Odontologia do futuro atuará no equilíbrio biológico da boca


Diante do cenário mundial que aponta a cárie dentária como epidemia na sociedade moderna, o Professor e Pesquisador da FOB (Faculdade de Odontologia de Bauru USP) Profº. Dr. José Eduardo de Oliveira Lima (Odontopediatra), motivou-se para investir 35 anos de estudos, trabalhos científicos e práticas clínicas com o objetivo de implantar e praticar um novo conceito na odontologia brasileira, sobretudo, para prevenir a cárie dentária a ter que tratá-la. Segundo ele, antes de mais nada, é fundamental entender o que é cárie. O especialista faz uma analogia ao homem da pré-história para explicar que a cárie deve ser conceituada como um processo anormal, porque um indivíduo que vivia em condições naturais, isto é, o homem primitivo, não desenvolvia lesão no esmalte que pudesse ser considerada cárie, por estar inserido em uma biodiversidade comandada pela natureza, em um equilíbrio físico-químico. 

A cárie dentária não deve ser considerada uma doença, mas uma lesão do esmalte provocada pelo desequilíbrio de fatores considerados fisiológicos, pertencentes à biodiversidade do ser humano e especificamente da cavidade bucal. Deste modo, deve-se investir no equilíbrio biológico da boca, sem perder a qualidade de vida do ser humano, quer dizer, sem ele se privar de comer os alimentos que gosta. Na época dos homens primitivos, apesar de todos os elementos necessários para desenvolver a cárie existirem, havia uma condição de desequilíbrio e reequilíbrio, representados pelo fenômeno da desmineralização e remineralização, mediadas pela saliva, que mantinha a estrutura do esmalte dentário intacta e o equilíbrio da cavidade bucal, afirma.

Sem dúvida, há milênios o homem deixou de viver exclusivamente da natureza, quando modificou, de alguma maneira, a forma natural dos alimentos.  Hoje em dia, a população consome grandes quantidades de produtos industrializados, com níveis elevados de conservantes, corantes e açúcares que, por conseqüência, causam um desequilíbrio da biodiversidade bucal. Por esta razão, o especialista observa que a melhor maneira de evitar esse desequilíbrio e, por conseqüência, a cárie, é a remoção periódica da placa bacteriana, desde a infância, no consultório, que pode proporcionar o reequilíbrio da biodiversidade antes que ela produza ácidos em quantidade e freqüência suficientes para lesionar o esmalte dentário. Um profilaxia mensal ajuda a conquistar um resultado de quase 100% de sucesso na prevenção da cárie, sem intervenção química, mesmo que a escovação em casa seja vulnerável, explica o professor.

Ao longo dos últimos anos, após comprovação científica, o Prof. Dr. José Eduardo de Oliveira Lima passou a priorizar a prevenção da cárie a tratá-la. Esta é a filosofia TopDent de atendimento infantil. Diversas clínicas no Brasil já aderiram a esse  conceito de atendimento e prestam  total assistência em relação à escovação e alimentação em casa, de forma lúdica e didática. 


Atualmente, não é mais possível reproduzir a biodiversidade do homem primitivo. No entanto, quanto mais próximo chegarmos a ela, melhor para o ser humano. Todas as estratégias para prevenir a cárie deverão, num breve futuro, ter como prioridade o equilíbrio e não gerar qualquer desequilíbrio na cavidade bucal. Se conseguirmos atingir essa meta, a cárie dentária passará a ser, em pouco tempo, um problema irrelevante ao ser humano moderno, assim como era para o homem pré-histórico, conclui o odontopediatra.


Cárie no Brasil
O último grande levantamento sobre o perfil de saúde bucal dos brasileiros aconteceu em 2003. Quase 27% das crianças de 18 a 36 meses apresentaram pelo menos um dente decíduo com cárie, e a proporção chegou a quase 60% na faixa de 5 anos. Na dentição permanente, quase 70% das crianças de 12 anos e cerca de 90% dos adolescentes (15 a 19 anos) apresentaram ao menos um dente com experiência de cárie. Entre as conclusões, a análise apontou que o declínio da cárie dentária na população infantil vem ocorrendo de forma desigual na população brasileira.

Fonte: CFO Conselho Federal de Odontologia
Fonte: TopDent