Em um estudo de 25
anos, atividades cardiovasculares auxiliaram a memória e a velocidade
psicomotora
Praticar
atividades cardiovasculares na juventude ajuda a saúde cerebral depois dos 43
anos (Thinkstock)
Um estudo
publicado nesta quarta-feira no jornal Neurology revelou que pessoas que
praticam corrida ou outras atividades cardiovasculares podem ter a memória e as
habilidades cognitivas conservadas na meia-idade (entre 43 e 55 anos).
CONHEÇA A PESQUISA
Título
original: Cardiorespiratory fitness and cognitive function in middle age
Onde foi
divulgada: periódico Neurology
Quem fez:
Na Zhu, David R. Jacobs Jr, Pamela J. Schreiner, Kristine Yaffe, Nick Bryan,
Lenore J. Launer, Rachel A. Whitmer, Stephen Sidney, Ellen Demerath, William Thomas, Claude Bouchard, Ka He, Jared
Reis e Barbara Sternfeld
Instituição:
Universidade de Minnesota em Mineápolis, nos Estados Unidos
Resultado: Os pesquisadores revelaram
que pessoas que praticam atividades
cardiovasculares na juventude podem ter
melhor memória e habilidade cognitiva na meia-idade
Diversos
estudos já mostraram os benefícios de uma boa saúde para o cérebro. "Essa
é mais uma importante constatação que pode incentivar os jovens adultos a
manter a saúde do cérebro por meio de corrida, natação, ciclismo ou aulas
que trabalhem a capacidade cardiovascular", diz o autor do estudo, David
R. Jacobs, da Universidade de Minnesota em Mineápolis, nos Estados Unidos.
Para
realizar o estudo, os pesquisadores contaram com a participação de 2.747
pessoas saudáveis com idade média de 25 anos. Todas fizeram testes na esteira
no primeiro ano do estudo e vinte anos depois. Já os experimentos cognitivos
foram realizados 25 anos depois do começo da pesquisa e mediram memória verbal,
velocidade psicomotora (que relaciona as habilidades de pensamento com o
movimento físico) e função cognitiva.
Para o
teste na esteira, os participantes andaram ou correram até a velocidade e a
inclinação em que não suportavam mais continuar ou em que tinham
dificuldades respiratórias. No primeiro teste, a média foi de 10 minutos de
duração. Duas décadas depois, esse tempo diminuiu para 2 minutos e 54
segundos, em média.
No
experimento cognitivo, foi constatado que cada minuto que o participante
completava no primeiro teste se convertia, 25 anos depois, em 0,12 mais
palavra recordada no exame de memória, que continha quinze palavras, e
0,92 mais acerto em um teste numérico. A análise dos resultados levou em conta
fatores como tabagismo, diabetes e colesterol alto.
Segundo
os cientistas, os participantes que tiveram resultados mais próximos no
primeiro e no segundo teste mostraram melhor desempenho nas avaliações de
funções cognitivas, comparados àqueles que sofreram um declínio mais acentuado.
Os voluntários saíram-se melhor, por exemplo, em relacionar corretamente as
cores apresentadas. "Essas mudanças são significativas, mesmo que
modestas, já que superam os efeitos de um ano de envelhecimento no
cérebro", explica Jacobs.