Cientistas canadenses desenvolveram uma vacina que desenvolve defesas contra bactérias intestinais comuns em crianças autistas, podendo ajudar a controlar alguns dos sintomas do autismo.
O Dr. Mario Monteiro e seus colegas da Universidade de Guelph desenvolveram a vacina à base de carboidratos, para atuar contra a bactériaClostridium bolteae.
A C. bolteae, que produz distúrbios gastrointestinais, é muito mais prevalente no trato gastrointestinal de crianças autistas do que de crianças saudáveis.
Mais de 90% das crianças com transtornos do espectro do autismo sofrem de sintomas gastrointestinais crônicos graves - destes, cerca de 75% sofrem de diarreia.
"Pouco se sabe sobre os fatores que predispõem as crianças autistas à C. bolteae," disse Monteiro, acrescentando que, embora a maioria das infecções sejam tratadas adequadamente por alguns antibióticos, a vacina é um avanço em relação ao tratamento atual.
"Esta é a primeira vacina desenvolvida para controlar a constipação e diarreia causada por C. bolteae, e talvez controle os sintomas relacionados ao autismo associados a este micróbio", disse ele.
Aumento do autismo
Os casos de autismo aumentaram quase seis vezes ao longo dos últimos 20 anos, e os cientistas não sabem o porquê.
Muitos cientistas apontam para fatores ambientais, como antidepressivos presentes na água potável, mas outros estão dando especial atenção às bactérias no trato gastrointestinal, embora ainda não tenha sido estabelecido nenhuma relação causal entre as bactérias e o autismo.
A vacina está em estágio inicial de desenvolvimento, tendo sido testada em coelhos.
Segundo o pesquisador, pode demorar mais de 10 anos para cumprir todos os ensaios pré-clínicos e humanos antes que a droga esteja pronto para o mercado.
Fonte: Diário da Saúde