O glúten
é
um tipo de
proteína ou
fração
protéica presente
nos
seguintes alimentos:
trigo,
centeio,
cevada (malte)
e
em menor
quantidade na
aveia.
Muito se fala do glúten devido a sua ação maléfica na doença celíaca, na qual as prolaminas
(fração tóxica para os
celíacos – no caso do trigo é a gliadina; no centeio é a secalina; na cevada ou malte é a hordeína e na aveia a avenina) começam um
processo inflamatório no intestino, destruindo as microvilosidades
deste órgão, fazendo com que os nutrientes não sejam absorvidos
adequadamente
e causando uma desnutrição severa
no
celíaco.
Porém, na
Nutrição Funcional,
estudamos muito o potencial
alergênico
de certas
proteínas, como
o
glúten,
por
exemplo. Proteínas de
difícil
digestão
e
com um
potencial
alergênico alto
propiciam
um aumento
na produção
de substancias
inflamatórias
no intestino,
fazendo
com que esse perca
sua integridade, ou
seja, suas
células que deveriam
ser
juntinhas e só deixasse passar nutrientes em suas menores formas (glicose ou aminoácido ou ácidos
graxos), deixa passar moléculas maiores e mal digeridas, fazendo com que o
sistema imune reaja a essas moléculas, causando mais inflamação no corpo.
Voltando
para a matéria.
Uma pesquisadora
de Belo
Horizonte,
fazendo um
estudo com
ratinhos
ingerindo
uma
dieta
igual em
calorias,
com
a
mesma
quantidade de gordura,
porém
com
um grupo consumindo uma dieta com glúten e outro grupo uma dieta isenta de glúten, foi observado que o grupo que
consumiu glúten teve um aumento de peso 25% maior do que o grupo que não
consumiu glúten. E ainda tem mais, os ratinhos que consumiram glúten tiveram
um aumento na
gordura abdominal
ou visceral
(perto dos
órgãos),
que
é
a
gordura mais
perigosa, pois
altera o funcionamento
adequado dos órgãos.
A pesquisadora continuará seus estudos para verificar como o glúten ocasiona isso, porém,
tenho minha
opinião sobre como isso acontece. Se
ocorre tudo aquilo que descrevi acima, sobre o glúten aumentar a produção de moléculas inflamatórias no
organismo,
esse
aumento
da inflamação propicia uma maior
deposição de gordura, como uma defesa natural do organismo, de sobrevivência.
Imaginem a seguinte situação: um paciente na UTI, com uma inflamação aguda ou
muito exacerbada, com
grande
quantidade
de moléculas
inflamatórias no
organismo. Para sua sobrevivência
o
organismo libera hormônios para começar a deixar o metabolismo mais lento, para utilizar somente o necessário de
calorias para sobrevivência e começa a estocar gordura
para ter
energia nesse estresse que está passando.
Pensemos agora numa
situação menos aguda, mais dentro de nossa realidade.
Se
consumimos alimentos que aumentem
a
inflamação
no nosso corpo (somados
com a poluição, plástico, metais
pesados, ar
condicionado,
bactérias,
fungos, agrotóxicos, corantes,
conservantes,
adoçantes, etc. etc.
etc.), porém em uma velocidade mais lenta, mais cronicamente, ao longo dos
anos, vamos fazendo esse mesmo processo, porém menos acentuado, só que acumulativo, aumentando a quantidade de gordura corporal que, por sua vez
(estudos hoje já demonstram que o tecido adiposo ou de gordura é um órgão endócrino,
que
produz
hormônios
e
moléculas inflamatórias),
produz mais moléculas
inflamatórias,
virando um
ciclo vicioso,
no qual a pessoa não consegue emagrecer, mesmo consumindo uma baixa quantidade de calorias.
Por isso, sempre digo, vamos
priorizar a qualidade
da alimentação. É necessário conhecer e reconhecer os
alimentos
que poderiam gerar mais
inflamação
no organismo.
E
também,
o
nosso
intestino
deve
estar
íntegro
e
saudável, diminuindo assim muitos processos inflamatórios.
O ideal é ter
uma alimentação rica em alimentos
antiinflamatórios, como: frutas, verduras, castanhas, cereais, peixes marinhos (óleo de peixe), azeite de oliva,
chá
verde e oliveira. Mais especificamente, frutas vermelhas, como uva, mirtilo, cramberry, etc.
E
evitar
os alimentos que
aumentam a inflamação, como: excesso de carne vermelha, doces e/ou carboidratos de alto índice glicêmico, ou seja, que aumentem muito rápido o açúcar no sangue, gordura saturada e excluir a gordura trans da alimentação.
Vejam bem, não quero ser radical. O importante é não consumir o glúten todos os
dias, várias vezes ao
dia. E sim ter
uma alimentação variada, sem
monotonia,
com diferentes nutrientes para deixá-la cada
vez
mais rica
em vitaminas, minerais e compostos bioativos, sendo assim anti-inflamatória.
Uma boa semana a todos!!!!!
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