Muitas
vezes somos questionados à respeito de como deve ser o treinamento direcionado
para mulheres como se houvesse uma diferença muito significativa em relação ao
treinamento aplicado aos homens.
Algumas
pessoas acreditam que o treino para mulheres deve ser totalmente diferente ou
até que não devem de jeito nenhum treinar com pesos, outros acham que isto é um
tipo de preconceito pois o treino para homens e para mulheres não deve diferir
em nada.
Na
realidade, apesar da mulher ter diferenças hormonais, fisiológicas e anatômicas
o treinamento com sobrecargas não diferencia muito do treinamento aplicado aos
homens porém, alguns fatores devem ser atentamente observados.
Alguns
fisiologistas sugerem um pouco mais de volume mas a estrutura do treino, ainda
assim, é muito semelhante para ambos os sexos. Entretanto, como algumas
mulheres objetivam o enrijecimento de certas áreas específicas como a região
tricipital, pernas e glúteos, tendem a se concentrarem com mais ênfase nestas
regiões, da mesma forma que um atleta do sexo masculino deficiente em peitoral
treina com mais ênfase este músculo.
De fato,
a mais enfática diferença é a variável ponderal afinal, guardada as devidas
proporções, homens desenvolvem mais força do que as mulheres, principalmente em
membros superiores.
Explicamos:
Wilmore
demonstrou que mulheres possuem cerca de 37% da força de um homem no exercício
de supino ( exercício para membro superior), mas se formos comparar esta força
específica em relação ao peso corporal esta relação passa para 46% e se
comparada ao volume da massa magra a relação vai para 55% da força de um homem
assim, podemos verificar que para membros superiores o homem é
significativamente mais forte apesar de relação modificar em função da
discriminação da composição corporal.
Mas
quando passamos para o exercício de Leg Pressure ( exercício para membro
inferior)
observa-se
que as mulheres possuem 73% da força de um homem, relativa ao peso a relação é
de 92%, e se observada em relação a massa magra passamos para 106%, ou seja as
mulheres passam a ser mais fortes do que os homens.
Podemos
observar que a força em membros inferiores de mulheres comuns é praticamente
igual a dos homens comuns, o mesmo não se procede em membros superiores. Este é
um importante fator a ser considerado na montagem de um programa de treinamento
com pesos além de fatores como: adaptação específica para o trabalho, condições
iniciais de força, flexibilidade, potência aeróbia e até condições emocionais e
climáticas.
Diariamente
ouvimos desejos e reclames em academias provenientes do público feminino. Se
você trabalha ou freqüenta assiduamente uma Academia de Ginástica achará as
seguintes situações familiares:
1) Desejo perder medidas de coxa (se acima do peso)
levantar o bumbum e me livrar desta gordura do thauzinho (gordura tricipital)
Neste
caso é obvio que a pessoa tem muita gordura corporal. Desta forma o trabalho
com pesos deve ser acompanhado de dieta adequada para a melhora geral da
composição corporal e tonificação muscular. Só a musculação tornará os músculos
densos e fortes porém a gordura tenderá a continuar lá incomodando e dando
aspecto de flacidez apenas menor.
2) Desejo definir o meu abdômen
Definitivamente
a mulher para possuir um abdômen muito definido, do tipo seis gomos muito
visíveis, deverá possuir muito pouca gordura corporal, o que não é nada
fisiológico para mulheres. Dentre outras funções a gordura armazena os
estrógenos. Mas se este é o seu desejo inexorável, novamente, a dieta para
perda de gordura corporal é primordial. Definitivamente, exercícios abdominais
não auxiliam para perda de gordura localizada, este mito há muito foi sanado.
Com exercícios apropriados podemos fortalecer a musculatura mas se não houver
perda de gordura nem você e nem ninguém poderá ver as linhas do seu abdômen.
3) Não quero ficar muito grande (hipertrofiada)
Este
assunto é vastamente discutido no Volume 3 da Coleção Musculação Total -
Musculação para Mulheres, mas vale salientar rapidamente que hipertrofia
exagerada em mulheres só com utilização de drogas anabólicas muito embora, o
que é exagerado para alguns é normal para outros. Procuramos respeitar e
entender o desejo das outra pessoas apesar de sempre estarmos orientando para o
lado saudável da atividade, fisicamente e psicologicamente, apesar de algumas
pessoas insistirem em achar que promovemos o uso de farmacológicos, só porque
dizemos a verdade. Meus amigos, qualquer informação está ao alcance de um dedo,
não podemos ser hipócritas, devemos sim, debater claramente os assuntos
considerados polêmicos.
4) Não desejo treinar ombro, peito, dorsal e nem
ficar com os braços musculosos
No
remodelamento do corpo para formas mais proporcionais e melhor equilíbrio de
desenvolvimento geral do corpo devemos treinar todos os grupos musculares. Não
cremos ser pecado uma mulher ter um corpo forte e mais musculoso, com todo o
respeito as nossas avós que eram felizes mesmo estando totalmente fora dos
padrões atuais. É muito importante traçarmos um objetivo realístico, para isto
não há necessidade de sermos modestos, o desejo é o primeiro passo para as
conquistas em vários setores da vida.
5) Quero perder peso
Sabemos
que perder peso é uma situação e modificar a composição corporal é outra. Com a
dieta apropriada, que deve ser preferencialmente prescrita por uma nutricionista especializada, e treinando corretamente, com a
devida intensidade e volume tendemos a aumentar a densidade e o volume da massa
muscular e diminuir o excesso de gordura corporal. Com isto muitas vezes, à luz
de uma balança antropométrica, não ocorre uma modificação expressiva na
variável ponderal, muito embora a pessoa esteja perdendo gordura. Não
aconselhamos ninguém a pesar mais do que uma vez por semana. Ainda, a melhor
avaliação é o espelho e uma mente saudável.
6) Quero perder a flacidez
O
processo de tonificação muscular é gradual e sua rapidez dependerá da
consistência do treino. Uma pessoa que inicia um programa de treinamento deve
levar o seu programa a sério. De pouco adianta treinar consistentemente por um
mês, parar com o treino por mais dois, treinar uma semana e faltar outra
inteira...Ai funciona a lei do uso e do desuso. O que não é utilizado atrofia.
Já viram
alguém depois de ter o braço engessado por apenas 2 semanas? Pois bem, parece
que o volume muscular cai pela metade, a musculatura fica realmente flácida.
Com o retorno da movimentação normal a tonicidade volta ao normal.
Em nossa
musculação temos a oportunidade de treinar todos os grupos musculares
isoladamente ou em conjunto de forma muito eficiente. Isto em curto - médio
tempo de treino consistente diminuirá a flacidez muscular. Veja bem, não
confundam com massa gordurosa a qual não pode se tornar mais rígida com o
treinamento e nem a flacidez da pele.
Boa sorte
a todas e treinem consistentemente.
Autor: Prof. Waldemar Guimarães