Certos tipos de enzimas controlam os níveis de
colesterol e triglicerídeos de nosso organismo. Essas enzimas podem ser
alteradas por remédios, pela quantidade de gordura corporal e massa muscular
além da prática de exercícios físicos.
Uma enzima, denominada lipoproteinolipase, conhecida
também como LPL, está localizada nas paredes dos vasos sangüíneos e no coração,
nos depósitos de gordura e nos músculos. Essa enzima destrói os triglicerídeos.
Dessa maneira, níveis baixos de LPL estão associados
ao aumento de doenças cardiovasculares.
Portanto, níveis altos de LPL são
benéficos e substâncias que estimulam a ação da LPL, ajudando a evitar as
doenças cardíacas coronarianas.
Outra enzima, hepatolipase (HL), destrói o
colesterol-HDL (colesterol bom), mas nesse processo transforma uma parte em
colesterol-LDL (colesterol ruim). Quanto mais elevado for o nível da enzima HL,
menor será o nível de colesterol-HDL, o que aumenta o risco de desenvolvimento
de doenças cardíacas.
Uma terceira enzima importante, com o longo nome de
lecitina colesterolacil transferase (LCAT), captura o colesterol, retirando-o
das paredes arteriais.
A prática de exercícios pode alterar a produção das
enzimas que controlam os níveis de gordura do nosso sangue. A LPL, a enzima que
destrói os triglicerídeos e aumenta os níveis de colesterol-HDL (colesterol
bom), foi encontrada em quantidades elevadas entre os praticantes de exercícios
aeróbios. Além disso, a perda de gordura corporal irá aumentar a ação da LPL.
A hepatolipase (HL) é a enzima que remove o bom
colesterol, o HDL, e o destrói. Os exercícios de resistência tendem a diminuir
a quantidade de HL, ajudando a aumentar o nível de HDL.
Porém, por causa do conteúdo hereditário, nem todos
conseguem a mesma resposta frente aos valores das frações do colesterol com o
exercício.
Treinamento
aeróbio
PRADO (2002), em seu
artigo de revisão, constatou que uma sessão de exercícios aeróbios com
intensidade entre 70% a 75 % do VO2 máximo conseguia promover mudanças
benéficas nas concentrações lipídicas com redução do LDL tanto imediatamente
como em 24 e 48 horas depois do exercício. Também foi constatada uma elevação
do HDL após 24 horas permanecendo assim por 48 horas, com aumento da atividade
enzimática da lípase lipoprotéica. Estes resultados foram obtidos tanto para o
grupo de hipercolesteolêmico (grupo com alta taxa de colesterol) como para o
grupo de níveis normais de colesterol. A explicação deste processo reside no
melhor funcionamento dos processos enzimáticos envolvidos no metabolismo
lipídico.
Em um estudo conduzido
por pesquisadores americanos (4) com a participação de 111 indivíduos, se
verificou que o volume de treino é determinante para o controle das
lipoproteínas, retificando os resultados dos estudos encontrados por PRADO
(2002) em sua revisão.
Treinamento
resistido
Mesmo com melhora no
perfil lipídico nos exercícios aeróbicos, os índices de HDL dependiam
diretamente da perda de peso gordo, tanto para indivíduos normais como para
obesos. No estudo conduzido por KATZEK (1997), verificou que o treinamento
aeróbico sem mudança no perfil corporal (diminuição do % de Gordura) não
modificava os índices de HDL em obesos, contudo, havia aumentos de HDL para
indivíduos magros e, o mais interessante, todos os grupos (obesos e magros)
tiveram redução do LDL. Isto indica que a massa magra e o percentual de gordura
influênciam diretamente o metabolismo lipídico e o perfil das lipoproteínas.
Não é de se admirar que isto é notável com os fisiculturistas que mesmo com
dietas com altíssimo nível de colesterol (com quantidades exageradas de ovos e
outras frituras) não apresentam perfis lipídicos diferentes de outros atletas,
como, por exemplo, jogadores de futebol (com dietas com grande quantidade de
carboidratos) (2). Enfim, o treinamento resistido teria papel fundamental no
índice de HDL através de seu papel fundamental nos processos de hipertrofia
muscular e, por conseguinte, as alterações no percentual de gordura.
Portanto, os exercícios
resistidos possuem pouca eficácia na diminuição das lipoproteínas, como também
nos níveis de triglicerídeos em relação ao exercício em si. Todavia, devido a
este tipo de treino reduzir o peso gordo e aumentar a massa magra de forma mais
acentuada quando comparada ao exercício unicamente aeróbico , a diminuição do
colesterol e aumento das concentrações de HDL se faz acentuada.
Prof. Wladimir Luna CREF 9533G-DF
Personal Trainer
Especialista em
Treinamento Funcional CORE 360°
Professor do
Synergy Treinamento Funcional, na rede de Academias Runway DF
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