Escrevi este breve texto mais com o intuito de
orientar meus pacientes quanto ao que é importante “levar” para o retorno de
consultas comigo mas como acredito que possa ser útil para todos vocês, posto
em primeira mão aqui na Liga.
Habitualmente todo paciente que consulta-se comigo
tem, incluído no valor da consulta, 2 avaliações: a primeira de cerca de 1h de
duração e um retorno por volta de 28 dias depois desta, com aproximadamente 30
min. de duração. Os normativos existentes definem o “retorno” como o momento em
que o médico, através do relato do paciente, avalia os resultados neste das
medidas orientadas na consulta logo anterior e indica as alterações necessárias
no plano de tratamento do paciente; o conceito é simples mas percebo que muitos
pacientes ainda confundem-se muito com ele e acabam “esquecendo” o que
realmente é fundamental para um retorno produtivo... Então vamos a isto.
O que levar para um RETORNO de consulta comigo
(preferencialmente anotado, para não esquecer informações importantes)? Acima
de tudo, como diria Sócrates, “Conhece-te a ti mesmo”: todo paciente deve
observar-se bem para não só perceber as mudanças que ocorrem nele mas também
registrá-las para relatar posteriormente; afinal, é baseado nelas que o médico
pode avaliar sua conduta com o paciente que, se não presta atenção nem em si
mesmo, quem dirá ao tratamento... Portanto, além de eventuais resultados de
exames e relatórios/laudos em geral obtidos, que TODO paciente traga,
sobretudo, respostas de qualidade (completas e verdadeiras... Mentir para o médico
sabota seu próprio tratamento!) a estes questionamentos:
1 – Como você está?
Possivelmente esta é a pergunta mais importante, já
que resume sua percepção subjetiva, como paciente, dos resultados gerais do
tratamento em relação às suas expectativas. E lembre-se sempre que nem tudo que
você espera de um tratamento é possível de ser alcançado com saúde (ou o custo
seria muito alto para ela).
2 – Alguma situação/ocorrência nova?
Algo novo aconteceu na sua vida desde a última
consulta que possa ter afetado sua saúde e a eficácia/adequação do tratamento?
Se sim, precisa ser informado para que o médico possa avaliar o impacto disto e
tomar as medidas eventualmente necessárias, de adaptação e mesmo superação dos
efeitos sobre você, quer tenha sido uma consulta em pronto-socorro ou mesmo uma
ocorrência de stress emocional
3 – O que você fez, do que foi orientado?
Dizer pro médico, claramente, o que você fez e o que
você não fez, do que foi por ele orientado na consulta anterior, é fundamental;
afinal, se você fez tudo o que foi indicado e não teve bons resultados, “é uma
coisa”, mas se você nem seguiu direito as orientações, não tinha mesmo como
esperar grandes resultados, concorda?
4 – O que melhorou? O que piorou? O que ficou
“igual”?
Aqui sugiro que você faça uma tabela onde coloque
todas as queixas que levou para a primeira consulta, encaixando-as em uma das 3
categorias citadas acima; afinal, cada sinal/sintoma só pode mesmo ter
melhorado, piorado ou ter permanecido inalterado após o tratamento, não é? E
saber tudo isto é que permite ao profissional inferir o que deve ou não ser
mudado, em que bases e mesmo como fazê-lo.
5 – Surgiram sintomas novos? Se sim, quais?
Sintomas novos podem significar efeitos colaterais
das medidas/substâncias prescritos, ou seja, têm toda a importância!
6 – Tem resultados de exames/laudos/relatórios para
apresentar?
Apresente-os!
7 – Dúvidas?
Tire-as, todas: não há coisa mais danosa para um
tratamento e para a relação médico-paciente que o entendimento ruim das
condutas (ou como executá-las) ou os “mal-entendidos”.
Enfim, gostaria sempre que MEUS pacientes
procurassem observar o disposto acima em todos os seus retornos; para os demais,
espero que o material seja útil!
Um abraço
Dr. Ícaro Alves Alcântara
www.icaro.med.br
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