quinta-feira, 19 de julho de 2012

RETORNO de consultas – Por que é importante e como proceder




Escrevi este breve texto mais com o intuito de orientar meus pacientes quanto ao que é importante “levar” para o retorno de consultas comigo mas como acredito que possa ser útil para todos vocês, posto em primeira mão aqui na Liga.

Habitualmente todo paciente que consulta-se comigo tem, incluído no valor da consulta, 2 avaliações: a primeira de cerca de 1h de duração e um retorno por volta de 28 dias depois desta, com aproximadamente 30 min. de duração. Os normativos existentes definem o “retorno” como o momento em que o médico, através do relato do paciente, avalia os resultados neste das medidas orientadas na consulta logo anterior e indica as alterações necessárias no plano de tratamento do paciente; o conceito é simples mas percebo que muitos pacientes ainda confundem-se muito com ele e acabam “esquecendo” o que realmente é fundamental para um retorno produtivo... Então vamos a isto.

O que levar para um RETORNO de consulta comigo (preferencialmente anotado, para não esquecer informações importantes)? Acima de tudo, como diria Sócrates, “Conhece-te a ti mesmo”: todo paciente deve observar-se bem para não só perceber as mudanças que ocorrem nele mas também registrá-las para relatar posteriormente; afinal, é baseado nelas que o médico pode avaliar sua conduta com o paciente que, se não presta atenção nem em si mesmo, quem dirá ao tratamento... Portanto, além de eventuais resultados de exames e relatórios/laudos em geral obtidos, que TODO paciente traga, sobretudo, respostas de qualidade (completas e verdadeiras... Mentir para o médico sabota seu próprio tratamento!) a estes questionamentos:

1 – Como você está?
Possivelmente esta é a pergunta mais importante, já que resume sua percepção subjetiva, como paciente, dos resultados gerais do tratamento em relação às suas expectativas. E lembre-se sempre que nem tudo que você espera de um tratamento é possível de ser alcançado com saúde (ou o custo seria muito alto para ela).

2 – Alguma situação/ocorrência nova?
Algo novo aconteceu na sua vida desde a última consulta que possa ter afetado sua saúde e a eficácia/adequação do tratamento? Se sim, precisa ser informado para que o médico possa avaliar o impacto disto e tomar as medidas eventualmente necessárias, de adaptação e mesmo superação dos efeitos sobre você, quer tenha sido uma consulta em pronto-socorro ou mesmo uma ocorrência de stress emocional

3 – O que você fez, do que foi orientado?
Dizer pro médico, claramente, o que você fez e o que você não fez, do que foi por ele orientado na consulta anterior, é fundamental; afinal, se você fez tudo o que foi indicado e não teve bons resultados, “é uma coisa”, mas se você nem seguiu direito as orientações, não tinha mesmo como esperar grandes resultados, concorda?

4 – O que melhorou? O que piorou? O que ficou “igual”?
Aqui sugiro que você faça uma tabela onde coloque todas as queixas que levou para a primeira consulta, encaixando-as em uma das 3 categorias citadas acima; afinal, cada sinal/sintoma só pode mesmo ter melhorado, piorado ou ter permanecido inalterado após o tratamento, não é? E saber tudo isto é que permite ao profissional inferir o que deve ou não ser mudado, em que bases e mesmo como fazê-lo.

5 – Surgiram sintomas novos? Se sim, quais?
Sintomas novos podem significar efeitos colaterais das medidas/substâncias prescritos, ou seja, têm toda a importância!

6 – Tem resultados de exames/laudos/relatórios para apresentar?
Apresente-os!

7 – Dúvidas?
Tire-as, todas: não há coisa mais danosa para um tratamento e para a relação médico-paciente que o entendimento ruim das condutas (ou como executá-las) ou os “mal-entendidos”.

Enfim, gostaria sempre que MEUS pacientes procurassem observar o disposto acima em todos os seus retornos; para os demais, espero que o material seja útil!

Um abraço
Dr. Ícaro Alves Alcântara
www.icaro.med.br


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