Por: Vanessa Schwab
CRN-DF 1916 – nutricionista e personal diet
De todos os
alimentos, o leite de vaca e seus derivados são os mais presentes na rotina
alimentar da maioria das pessoas. Ele aparece no café com leite logo cedinho no
desjejum, no iogurte do lanche da manhã, na forma de queijo ou molho branco na
lasanha do almoço, no pãozinnho de queijo no lanche da tarde e à noite em forma
de queijo novamente dentro daquele sanduíche ou na pizza.
Ele é um dos
alimentos mais polêmicos, pois se existe um alimento que não tem lógica
consumirmos depois de certa idade, sem dúvida é o leite! Afinal, qual é o único
mamífero que mesmo depois de ter dentes continua a mamar leite de outra espécie?
Cada espécie tem o leite que corresponde ao desenvolvimento de sua espécie.
O leite materno
é o alimento mais perfeito que existe. Sua composição é específica e sutilmente
modificada de acordo com a evolução do bebê, e em todos os mamíferos os
nutrientes e, em especial as proteínas do leite tem a finalidade de estimular o
crescimento e desenvolvimento orgânico e funcional da própria espécie.
A maioria das
pessoas pensam que o grande problema do leite é a lactose, o açúcar do leite,
uma vez que existem muitas pessoas com intolerância a ela por falta de uma
enzima chamada lactase. A própria indústria alimentícia já criou alternativas
produzindo leites, iogurtes e queijos sem lactose para atender à esta
população.
Mas a grande
questão, é que nós, seres humanos, não temos enzimas eficientes para digerir
todas as proteínas do leite de vaca, em especial a chamada betalactoglobulina,
uma vez que o leite materno não a possui, pois ela é específica para o bezerro.
Já foram identificadas mais de 25 frações proteicas alergênicas ao leite de
vaca, e como são de difícil digestão, acabam parando no intestino na forma de
macromoléculas, que atravessam a parede intestinal e caem na corrente
sanguínea, favorecendo o surgimento de vários problemas, dependendo do gatilho
genético de cada um.
Reduzir ou
eliminar os lacticínios é uma atitude nem sempre fácil, mas que deve ser
pensada como uma forma de prevenir e até mesmo curar vários sintomas e doenças.
Como
alternativas ao leite de vaca temos os leites vegetais caseiros que podem ser
feitos com alimentos altamente nutritivos como a quinoa, a polpa do coco, a
amêndoa e castanha do Pará por exemplo. Cada um destes leites tem um sabor e
propriedades diferentes podendo ser adicionados no preparo das mais diversas
receitas como vitaminas, bolos, tortas salgadas e molhos. Seguem algumas
sugestões para estimular o início desta mudança de hábito alimentar:
▪ Leite de quinoa
- 03 colheres de quinoa em flocos
- 01 xícara
de água filtrada
Hidratar a quinoa com
a água por 15 minutos e liquidificar bem.
▪ Leite de amêndoas ou castanha do Pará
- 06 amêndoas sem pele e sem sal ou 3 castanhas do Pará sem sal
- 01 xícara
de água filtrada
Hidratar a amêndoa ou castanha por no
mínimo 8 horas em temperatura ambiente. Descartar a água da hidratação,
acrescentar a água, liquidificar bem e coar. Congelar o bagaço e utilizar em
bolos ou tortas salgadas para enriquecê-los.
▪ Vitamina energética
- 01 receita
de leite vegetal gelado
- 03 damascos
ou 02 tâmaras secas (hidratados)
- 01 banana
bem madura
- 01 colher
de sopa de biomassa de banana verde
- 01 colher
de chá de maca em pó
- 01 colher
de chá de canela em pó
- cubinhos de
gelo
Liquidificar bem e
consumir em seguida.