Esta dúvida é muito comum e sem dúvida, as duas opções podem
ser saudáveis. Mas como todos os outros alimentos, elas também possuem particularidades
e para que possamos fazer a escolha certa é importante conhecermos as
diferenças que existem entre as frutas e os diferentes tipos de sucos. Acompanhe
a seguir:
1) FRUTA: já vem prontinha, com todos os nutrientes preservados
e em equilíbrio. Composta por: água, frutose que é o açúcar natural das frutas,
minerais, vitaminas e outras substâncias funcionais que regulam o funcionamento
do nosso organismo, fibras que fazem com que a frutose seja absorvida de forma
mais lenta e gradativa não provocando picos de glicemia. As fibras ainda causam
mais saciedade fazendo com que a fome demore mais para vir, melhoram o
funcionamento intestinal e controlam os níveis sanguíneos de gorduras. O ato da
mastigação também favorece a saciedade. Apesar de todas estas vantagens, não
quer dizer que devemos comer 5 laranjas, afinal, a quantidade do que ingerimos também
influencia na qualidade da nossa alimentação.
2) SUCO NATURAL: assim como as frutas, também são fontes de
água, vitaminas, minerais e substâncias funcionais, porém a quantidade de
fibras é reduzida ou eliminada dependendo da maneira de preparo. Ainda, quando
não ingeridos logo após o preparo, tem suas propriedades nutricionais reduzidas
ou eliminadas pela oxidação.
Quando fazemos um suco no liquidificador e sem coar,
eliminamos parte das fibras, mas acabamos diluindo um pouco os nutrientes, pela
necessidade de adicionarmos água para o seu preparo.
Na centrífuga retiramos todas as fibras presentes, porém,
temos um concentrado de todos os nutrientes. As fibras, apesar de importantes,
também podem impedir a absorção de alguns minerais importantes como ferro,
zinco, cobre e magnésio, quando ingeridas em excesso.
Então, de acordo com o tipo de preparo e os ingredientes
usados, podemos ter variações em sua qualidade nutricional. Vejam alguns
exemplos:
▪ Suco de laranja puro coado (01 copo = 3 a 4 laranjas): a
quantidade de laranjas aumentam muito a concentração de frutose (açúcar). Com uma alta concentração de açúcar natural e
sem as fibras, este açúcar é absorvido muito rápido, elevando a glicose
sanguínea rapidamente também. Esta sobrecarga acaba causando desequilíbrios à
longo prazo, que podem gerar desde quilinhos extras até aumento dos níveis de
glicemia.
▪ Suco de 01 laranja + ½ maçã + 01 colher de linhaça hidratada
+ água (liquidificado e não coado): esta combinação já é melhor do que o suco
de laranja simples, pois reduzimos a quantidade de laranja, adicionamos a maçã
e a linhaça que possuem fibras que diminuem a velocidade de absorção da
frutose.
▪ Água de coco + maçã + cenoura + couve + gengibre + inhame
+ hortelã (centrifugado): apesar das fibras serem eliminadas, a combinação dos
ingredientes torna o suco mais completo e nutritivo.
3) SUCO DE POLPA CONGELADA: a polpa industrializada é a
fruta liquidificada com bastante água, peneirada e congelada. Sendo assim, não contem
fibras e poucas substâncias nutritivas. Algumas marcas contêm conservantes,
sendo importante observar sempre os ingredientes. Porém, quando feitas em casa,
as polpas podem ser uma alternativa muito boa, pela praticidade que oferecem.
Prepare-as com um mínimo de água e não coe.
4) SUCO DE GARRAFA INTEGRAL: composto apenas pela fruta processada
e sem adição de açúcar. A concentração de frutose é bem alta, portanto deve ser
diluído e ingerido alternadamente com outros sucos. Sucos de uva, por exemplo,
encontram-se nesta apresentação. Ler os ingredientes é fundamental, pois alguns
contêm aditivos e açúcar.
5) SUCO DE LATA OU DE CAIXINHA: fruta de menos, aditivos de
mais, é o que encontramos nesta categoria: água, polpa de fruta, açúcar ou
adoçante, aditivos químicos (para conservar, dar sabor, dar cor). Fora isto,
temos o alumínio da lata que é neurotóxico ou então o BPA (bisfenol A) que
reveste internamente as caixinhas e também está nas garrafas de plástico e que
é um disrruptor endócrino. Os disrruptores se alojam em receptores hormonais
causando um estrago enorme no nosso metabolismo. Portanto aqui não há nada de
natural e nem de nutritivo.
Por: Vanessa Schwab, nutricionista e personal diet / CRN-DF
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