domingo, 9 de dezembro de 2012

Equipamento brasileiro mede percentual de gordura em 30 segundos...



Pesquisadores da USP em São Carlos desenvolveram um equipamento de avaliação corporal que mede o percentual de gordura nas pessoas de forma mais rápida, precisa e confortável do que outros métodos existentes no mercado.
O aparelho, batizado de All Body Scan 3D, escaneia o corpo inteiro em 30 segundos, e gera um modelo tridimensional do paciente.
O equipamento tem aplicação tanto em clínicas de fisioterapia como em academias de ginástica.
A pesquisa teve início há dez anos e, segundo o coordenador Mario Gazziro, a ideia era apenas substituir as fitas métricas na avaliação de circunferências corporais.
Porém, ao longo de seu desenvolvimento - que contou com o apoio de especialistas clínicos - o projeto ampliou essas possibilidades.
"Foi assim que chegamos ao equipamento de hoje, que realiza a avaliação de composição corporal completa e também análise postural", disse o pesquisador.
Para fazer o escaneamento completo do corpo, o equipamento utiliza a tecnologia do Kinect, um sensor de videogames.
Usando um trilho circular, o aparelho dá uma volta de 270 graus em torno do paciente, criando um modelo do corpo em 3D e transferindo os dados volumétricos para o software no computador.
"São trinta segundos para escanear o corpo inteiro, mais dois minutos para processamento no computador. O tórax, porém, é escaneado nos primeiros sete segundos, tornando o equipamento confortável para uso, pois é necessário prender a respiração. Após este processo, o equipamento realiza o escaneamento da pélvis e pernas", explicou Gazziro.
Além da rapidez, o diferencial do All Body Scan 3D para outros equipamentos de avaliação corporal já existentes é a precisão, que chega próxima ao que especialistas chamam de "padrão-ouro".
Trata-se do mais preciso método de medição de gordura corporal, por pesagem hidrostática em tanque d'água. A margem de erro nos resultados fica próxima a 1,5%, inferior aos 5% dos demais métodos. O software também armazena, exibe e permite exportar esses dados para outros sistemas.
Segundo Gazziro, a geração de modelos 3D do corpo humano está apenas no começo de sua exploração.
"A utilização em saúde é uma das primeiras aplicações, mas o futuro reserva utilização em jogos para criação de avatares, ou provadores de roupas digitais, por exemplo. Não será de se admirar que um dia os scanners 3D forem tão comuns quanto são as balanças de peso nas farmácias. Tendo em mente as diversas aplicações, essa área demonstra um enorme potencial industrial de mercado além de prestação de serviços", concluiu o pesquisador.
Fonte: Diário da Saúde