terça-feira, 3 de setembro de 2013

Hormônios e Alterações Bucais...


 
Gengivas inflamadas apresentam vermelhidão e inchaço ao redor dos dentes. Elas podem sangrar durante a escovação e o uso do fio dental. O portador de gengivite (gengivas inflamadas) pode apresentar alterações no hálito.

Na mulher, o agravamento das doenças gengivais pode ser consequência de flutuações hormonais. Vários fatores podem contribuir para o incremento das flutuações hormonais:

Puberdade: processo de amadurecimento sexual que resulta no desenvolvimento da capacidade reprodutiva e no aumento dos níveis de hormônios sexuais, os quais podem elevar a quantidade de bactérias na boca e o potencial patogênico da placa bacteriana.

Ciclo menstrual: durante a ovulação, em decorrência do aumento dos níveis de progesterona e estrogênio foi observado, em algumas mulheres, aumento do exsudato gengival. Esses hormônios, além disso, alteram a cicatrização dos tecidos, estimulam o sangramento e o inchaço gengival.

Contraceptivos orais: induzem a uma condição hormonal que simula a gravidez, prevenindo a ovulação. A inflamação gengival   está relacionada com o tempo de uso da medicação, sugerindo um efeito cumulativo. Pacientes que fazem uso de contraceptivos devem ser alertadas acerca de todas as possíveis alterações que a medicação pode desenvolver.

Gravidez: gengivite durante a gravidez é extremamente comum. Há uma produção elevada tanto de progesterona como de estrogênio. Ao final do terceiro trimestre, esse hormônios alcaçam picos até 30 vezes maiores do que níveis observados durante o ciclo menstrual. Mulheres suscetíveis à doença periodontal devem receber o tratamento adequado antes e durante a gravidez. Do contrário, pode ocorrer o agravamento da doença periodontal e o comprometimento das estruturas de suporte do dente. Úlceras aftosas recorrentes, herpes labial, candidose, granuloma gravídeo são as lesões mais frequentes durante a gravidez, devido ao aumento dos níveis de progesterona.

Menopausa: a diminuição dos níveis hormonais provoca alterações significativas na boca, como ressecamento e ardência bucal, sensação alterada do paladar, atrofia gengival, alteração de hálito etc.

Osteoporose: na menopausa a ausência do hormônio feminino faz com que os ossos percam cálcio e fiquem porosos. Foi obervado que a perda osséa decorrente de doenças gengivais  pode progredir mais rapidamente em pacientes com osteoporose.

As alterações na boca não ocorrem apenas em virtude das flutuações hormonais. Essas alterações decorrem também como efeitos de fatores locais, como a placa bacteriana sobre os tecidos bucais.

Sendo o corpo humano um sistema onde todos os órgãos se interrelacionam, o sucesso na conquista da saúde bucal depende da atenção do profissional para diversos fatores, sejam sistêmicos, sejam de ordem psicológica, comportamental ou simplesmente local.

Atuar de forma preventiva, interagindo sempre com todas as especialidades odontológicas e médicas, é a filosofia de trabalho de um profissional de saúde comprometido com o bem estar de seu paciente. 


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