A frugalidade é a simplicidade dos costumes e hábitos, é desfrutar a virtude de se reconhecer o valor da vida. Com ela, podemos sentir a natureza e honrá-la em sua origem no passo do compasso, na fonte das necessidades, vivendo-se o “porquê” e o “como” das coisas.
Quanto ao frugal na alimentação, a natureza humildemente oferta seus alimentos para nos servir, em diversidade de cores, sabores, formas e conteúdos, respeitando nossas preferências em variados níveis e nos fornecendo tudo aquilo que precisamos para viver em harmonia. Entretanto, o ser humano comumente inverte os valores e insiste em ser escravo da alimentação, ao passo que pode utilizá-la para servir seu corpo com o que lhe é necessário.
Tem-se aí o desnecessário que, por vezes, passa a ser o foco principal de consumo. As pessoas se alimentam cada vez mais do que é artificial, enfeitado, processado, aditivado e do complicado. Ao invés de consumirem alimentos com nutrientes certeiros, ingerem-se substâncias ultra-reinventadas, com nomes esquisitos, grandes e com números (vide rótulos) que de fato não nutrem e sim, enganam ou viciam em outras substâncias parecidas.
Com tal alimentação precária, o ser humano transforma seu corpo numa máquina movida à ilusão e suportada pelo vício alimentar. No entanto, assim como uma árvore não cresce sem chão ou como um navio não navega sem água, bem se sabe que a ilusão não nutre células, nem tecidos e nem órgãos. Nós precisamos de alimentos de boa qualidade nutricional para promovermos nosso preenchimento ideal.
Em contrapartida, a alimentação equilibrada em sua essência pode trazer foco e criatividade, pois vem da naturalidade e resgata não só a natureza, mas o natural: ressalta-se o que de fato é vida em vez do artificial. Isso porque somos mais que carne e ossos movidos por sangue em pulsação, nós somos uma máquina repleta de parafusos traduzida numa verdadeira obra de arte, que carece de suprimentos específicos e de uma boa manutenção.
Dessa maneira, podemos perceber um caminho universal para uma alimentação saudável. O jeito é dizer adeus para o que não convém, para o que atrasa, embaraça os pensamentos, embaça a visão, esfumaça o coração e retarda a digestão. A simplicidade aniquila o que confunde o paladar e perturba os instintos. Ela afina, pois.
Viva o frugal. Façamos de nós então uma arte moldada pela natureza com as ferramentas alimentares. E que a alimentação seja a métrica, que o bom hábito leve à rima e que a real nutrição se revele em poesia.
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