sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Os Modelos para Emagrecer...


A obesidade no Brasil e no mundo estão se tornando uma verdadeira epidemia a ponto de governantes pensarem em ações para que se reduzam os gastos em saúde publica decorrentes da obesidade em todo o mundo.

Para isso, diversas ações de empresas, centros de saúde, centros de estética e academias são feitas para que se reduzam estes índices de obesidade através de dietas da moda, produtos milagrosos, especialistas em perda de peso entre outras coisas por ai vistas.

Sabemos que o sobrepeso e obesidade que cresce a níveis alarmantes no mundo podem gerar diversas doenças como coronáriopatias, câncer, osteoartrite, diabetes melitus, hipertensão, só para citar algumas doenças, as mais comuns!

Para os profissionais de saúde, existem duas grandes correntes que se usam para o processo de emagrecimento: uma sendo o equilíbrio entre o que é gasto e o que é ingerido; e a outra a maximização do metabolismo de gorduras.

O modelo do metabolismo de gorduras é usado muitas vezes para maximizar a metabolização das gorduras pelas vias energéticas, preocupando-se sempre com a bioquímica do processo de metabolização de gordura, em que ações são baseadas para que se aumentem cada vez mais os fenômenos que influenciam o metabolismo lipídico. Neste sentido, devemos sempre prestar atenção na ingestão de carboidratos, nos níveis plasmáticos de ácido graxo, nos níveis de cortisol plasmático, na ingestão da cafeína, na intensidade do exercício e duração da atividade. Todos estes fatores influenciam uma melhor metabolização da gordura.

Por outro lado, o modelo do equilíbrio entre o que é ingerido e o que é gasto, preocupa-se essencialmente estabelecer um déficit energético  a longo prazo, independente do que se faz para isso, fazendo-nos refletir que qualquer atividade emagrece e qualquer alimento engorda e tendo como objetivo uma dieta hipocalórica balanceada com o aporte de tudo o que precisa para manter a saúde. Neste sentido, pensa-se em um mês perder 7,700 Kcal o que segundo o (ACSM)¹ condiz com 1kg de gordura de forma saudável, combinando o equilíbrio alimentar e o exercício fisico tendo em média um déficit diário de 400Kcal.

O que é importante ressaltar é que mágicas e formulas milagrosas não existem e, tudo deve ser pensando de forma a priorizar o bem estar e o prazer por meio de dieta e exercício fisico, até para manter este aluno ou cliente motivado a longo prazo, mudando sua conduta de estilo de vida e com isso aumentando a retenção a longo prazo também. Um mito importante que se deve pensar, é que em termos de gasto calórico tanto faz este individuo ficar 30 minutos contínuos numa esteira ou dividir estes 30 minutos em 3 vezes na mesma intensidade. O gasto calórico é o mesmo!

Modificações pequenas na mudança do estilo de vida, como tirar um doce, andar um pouco mais à pé, usar mais as escadas etc. geram um resultado muito bom para a saúde e emagrecimento a médio e longo prazo. È  no que devemos refletir!

Bibliografia:

· AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position Stand: the recommended quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory and muscular fitness, and flexibility in healthy adults. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 30, p. 975-991, 1998
· MCARDLE, W.D.; KATCH, F.I. & KATCH, V.L. Exercise physiology: energy, nutrition, and human performance. Lippincott Williams & Wilkins, Baltimore, 5th ed, 2001.
· WILMORE, J.H. & COSTILL, D.L. Physiology of sport and exercise. Human Kinetics, Champaign, IL, 2nd ed, 2004.
· POLLOCK, M.L. & WILMORE, J.H. Exercício na saúde e na doença. MEDSI, Rio de Janeiro, RJ, 1993.
· Dos Santos Meireles, T. Modelo de  Entendimento do processo  de Emagrecimento   http://www.efdeportes.com/efd112/



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Aprenda o básico que você deve saber sobre HOMEOPATIA



A Homeopatia é uma especialidade médica, reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) há mais de 30 anos através da sua resolução número 1000, de 04 de Julho de 1980; como tal, é uma ciência médica muito respeitada/utilizada no exterior e cada vez mais no Brasil.
Ainda assim, há alguns que ainda teimam em dizer que “não acreditam em Homeopatia”, para quem sugiro esta breve reflexão: será que a Associação Médica Brasileira e o CFM reconheceriam como especialidade médica algo não-científico, mero placebo ou charlatanismo? Com certeza não, certo? Então deixemos as “picuinhas” de lado e vamos ao que interessa...

Qual é a diferença básica entre um ser humano vivo e outro que acabou de morrer? Conceitos espirituais e religiosos à parte, a resposta é simples - o vivo tem algo que faz seu cérebro pensar, seu coração bater, seu pulmão respirar, etc: uma “força de vida”, chamada pela Homeopatia de Força Vital, não mais presente em quem já morreu.
Para a Homeopatia, excetuando-se os acidentes e fatalidades, toda doença é causada e/ou mantida por perturbações desta Força Vital, seja pelo seu enfraquecimento ou seja pela sua distribuição errada pelo organismo, em excesso em alguns lugares e em falta em outros; em outras palavras, para que uma doença possa ser tratada, objetivando-se a sua cura, esta Força Vital precisa ser reequilibrada e assim distribuída adequadamente pelo corpo e mente, nos lugares certos e na quantidade certa.
O remédio homeopático auxilia o organismo na identificação dos seus próprios desequilíbrios nesta Força Vital e ajuda-o a aprender formas mais eficazes de utilizar esta sua força em seu favor, de maneira natural. Note-se então que o medicamento homeopático não combate diretamente microorganismos ou doenças, mas sim, estimula o próprio organismo a fazê-lo, tornando-o assim mais resistente e preparado, de maneira não agressiva.
Como cada organismo tem sua própria Força Vital, única em suas características, o mesmo ocorre com o remédio homeopático mais adequado a cada caso, que será selecionado de acordo com os sintomas apresentados; por este motivo é que, em Homeopatia, pessoas exibindo sintomas parecidos podem receber a prescrição de medicamentos completamente diferentes. Afinal, se somos todos diferentes uns dos outros é claro que adoeceremos também de maneiras diferentes, merecendo tratamentos individualizados adequados.
Existem basicamente 2 tipos de Homeopatia, a pluralista e a unicista, que diferem apenas na forma de estimular a Força Vital; enquanto na modalidade pluralista o médico homeopata prescreve vários medicamentos homeopáticos visando estimular áreas mais específicas do corpo e mente, no unicismo é prescrito apenas um medicamento, com o objetivo de “fortalecer” o organismo como um todo.
Para terminar, é bom esclarecer que a Homeopatia não é de ação “lenta” como muitos pensam: a rapidez nos resultados varia de um organismo para o outro e acima de tudo, como para qualquer tratamento médico, depende em muito da adoção e manutenção de Hábitos Saudáveis* pelo paciente pois são eles que garantem boa quantidade e qualidade de Força Vital para toda a vida!

Aliás, bons hábitos de vida são fundamentais para que qualquer tratamento, natural ou não, surta bons resultados; mas todos já sabemos disso, não é?

* Mais informações sobre Hábitos Saudáveis de Vida e Homeopatia aqui

Um abraço e SAÚDE para todos!

Ícaro Alves Alcântara
Twitter: @qualidade_vida



quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Dieta Vegetariana e sua Influência sobre a Performance...


Este mês atendi dois clientes vegetarianos e praticantes de atividades físicas intensas e lembrei deste artigo que havia escrito, e achei bem oportuno publicá-lo.

A adoção de dieta vegetariana tem sido associada a diversos benefícios para a saúde da população humana. De acordo com a American Dietetic Association (ADA, 2003), dietas vegetarianas oferecem determinados benefícios nutricionais, como a baixa ingestão de gordura saturada e colesterol - ou mesmo a não elevação desses marcadores, quando observados em relação ao envelhecimento - a alta ingestão de carboidratos, fibras dietéticas, magnésio, potássio, folato, antioxidantes (como as vitaminas C e E) e fitoquímicos (RICHTER, et al 2004). Em contrapartida, Sabate (2003) cita que a dieta vegetariana desbalanceada ou restritiva, particularmente em situações de altas demandas metabólicas (como durante o exercício), pode provocar deficiências nutricionais.

Vários experimentos foram realizados para avaliar a influência da dieta vegetariana sobre a performance de praticantes de atividade física. Discute-se se tal dieta pode afetar, positiva ou negativamente, o desempenho de atletas de resistência e força.

O número de pesquisas que testaram a capacidade aeróbica é superior ao daquelas que testaram a força muscular dos vegetarianos. No experimento de Cotes et al, realizado ainda em 1970, não foram encontradas diferenças na função pulmonar e na resposta cardiorrespiratória no exercício submáximo em ciclo-ergômetro, entre vegans e não-vegetarianos. Já em 1986 Hanne et al, também não encontraram diferenças no desempenho de atletas israelenses de ambos os sexos. Diversas outras pesquisas encontraram resultados semelhantes (NIEMAN, et al. 1988, HEBBELINCK, et al, 1999).

Campbell et al. (1999) não encontraram diferenças significativas na força muscular dinâmica entre grupos de homens vegetarianos e não-vegetarianos. Ambos os grupos demonstraram aumento similar na força, após 12 semanas de treinamento contra resistência. Esses resultados estão de acordo com os encontrados por Hanne et al.(1986), em pesquisa anterior.

De todos os estudos analisados, apenas um encontrou diferenças na capacidade aeróbica e em testes de potência (HEBBELINCK, et al, 1999). Crianças, adolescentes e adultos vegetarianos foram testados. Os adolescentes e adultos mostraram melhores resultados no teste cardiorrespiratório, mas os adolescentes obtiveram valores mais baixos nos testes de força e potência. Esse experimento não contou com grupo controle não-vegetariano, sendo os resultados comparados a valores de referência indicados por pesquisas anteriores. Talvez a falta de grupo controle possa ter ocasionado resultados divergentes dos demais estudos citados.

O conteúdo protéico dos alimentos de origem vegetal é freqüentemente menor, além de apresentarem menor valor biológico, pois possuem aminoácidos limitantes. Ainda assim, os pesquisadores sugerem que a ingestão protéica nas dietas vegetarianas pode cumprir a cota de fornecimento adequada, mesmo para atletas que necessitam de maior ingestão protéica.

Uma dieta vegetariana necessita ser bem planejada e equilibrada em termos nutricionais, sendo, assim, apropriada a todos os estágios do desenvolvimento humano, incluindo a gestação, lactação, infância e adolescência, além de proporcionar suporte adequado ao desempenho esportivo.

Referências Bibliográficas

AMERICAN DIETETIC ASSOCIATION, Dietitians of Canada. Position of the American Dietetic Association and Dietitians of Canada: vegetarian diets. Can J Diet Pract Res. 2003; 64(2):62-81.       
RICHTER V, RASSOUL F, HENTSCHEL B, KOTHE K, KROBARA M, UNGER R, et al. Age-dependence of lipid parameters in the general population and vegetarians. Z Gerontol Geriatr. 2004; 37(3): 207-13.
SABATE J. The contribution of vegetarian diets to health and disease: a paradigm shift? Am J Clin Nutr. 2003; 78(3 Suppl):502S-7S.
COTES JE, DABBS JM, HALL AM. Possible effect of vegan diet upon lung function and the cardiorespiratory response to submaximal exercise in healthy women. J Physiol. 1970; 1(209):30-2.
HANNE N, DLIN R, ROTSTEIN A. Physical Fitness, anthropometric and metabolic parameters in vegetarian athletes. J Sports Med Phys Fitness. 1986; 26(2):180-5
NIEMAN DC, HAIG JL, DE GUIA ED, DIZON GP, REGISTER UD. Reducing diet and exercise training effects on resting metabolic rates in mildly obese women. J Sports Med Phys Fitness. 1988; 28(1):79-88.
HEBBELINCK M, CLARYS P, MALSCHE AD. Growth, development, and physical fitness of Flemish vegetarian children, adolescents, and young adults. Am J Clin Nutr. 1999; 70(3 Suppl):579S-85S
CAMPBELL WW, BARTON ML, CYR-CAMPBELL D, DAVEY SL, BEARD JL, PARISE G, et al. Effects of an omnivorous diet compared with a lactoovovegetarian diet on resistance-training-induced changes in body composition and skeletal muscle in older men. Am J Clin Nutr. 1999.

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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Medicina complementar pode ser boa aliada para a fertilidade...



Existe uma percepção de vários médicos e pesquisadores de que a infertilidade está aumentando. Nas revistas científicas, já foi publicada a defesa dessa ideia por autores como Abel, em 1985, Sinclair, em 1994, e Giwercman, em 1998 por exemplo. Entretanto, cabe observar que os dados epidemiológicos publicados nos últimos anos, sobre infertilidade, são contraditórios. Há os que afirmam que existe o contrário: uma tendência à sua redução e que isso pode ser atribuído aos avanços da medicina.

Discussões à parte, há um dado significativo que merece a nossa observação: considerando os números da OMS (Organização Mundial da Saúde), estima-se que atualmente 12% dos casais em idade fértil no mundo não conseguem ter filhos, enquanto que na década de 50 esse número global estava na casa de 4% a 5%. A OMS ainda considera que os outros 10% possuem “dificuldade de concepção”: casos onde a reprodução é demorada, havendo evidências de pouca fertilidade ou ela foi assistida por técnicas da medicina.

Eu estou entre os médicos que acreditam que há uma elevação significativa nos casos de infertilidade nos últimos 50 anos. Outro ponto interessante é que entre os tipos de infertilidade a que mais cresceu foi a dos casos chamados de idiopáticos, ou seja, aqueles onde não se identifica o motivo para a dificuldade de engravidar. Hoje em dia, cerca de um quinto dos casos é do tipo idiopático, onde não é possível identificar a causa de infertilidade.

Essas causas podem ser do homem. Cerca de um terço dos casos ocorrem porque o esperma masculino está com problemas e, com isso, há poucos espermatozóides viáveis. Já as causas orgânicas de infertilidade feminina são muitas e correspondem a 40% dos casos. Nos 10% restantes, tanto homens como mulheres concorrem, ao mesmo tempo, para o problema.

Infertilidade orgânica

Entre as causas de infertilidade chamadas de orgânicas (onde há um problema que pode ser identificado e diagnosticado) na mulher, as mais comuns são a endometriose, a doença inflamatória pélvica, ovário policístico e as alterações do corpo uterino.

Na endometriose, o endométrio, tecido que recobre a parte interna do útero, se desprende migrando para outros locais, em geral ovário e trompas, onde atrapalha o seu funcionamento. Com isso, a ovulação ou a nidação do embrião são afetadas, gerando esterilidade.

Ovários policísticos é um problema onde os folículos ovarianos não conseguem se desenvolver normalmente e acontece um desvio do metabolismo. O ovário fica cheio de pequenos cistos, que não conseguem evoluir e produzir um óvulo, e há uma produção excessiva de testosterona, um hormônio masculino. Com isso a mulher não ovula normalmente, nem menstrua, além de poder apresentar também um problema chamado de síndrome metabólica, onde o colesterol sobe e há resistência à insulina. Há também aumento de peso e aparecimento de pelos anormais. As causas desse problema ainda não estão totalmente esclarecidas.

A doença inflamatória pélvica é uma infecção do aparelho reprodutor feminino e pode ser provocada por vários micro-organismos, mas o que é mais comum se chama clamídia. Ele costuma afetar as trompas, o que causa obstruções e deformações. Com isso, o óvulo não chega ao útero e nem pode ser fecundado. As mulheres que têm uma causa orgânica de infertilidade identificada, em geral, ficam mais tranquilas, devido à possibilidade de vislumbrar um tratamento.

A grande angústia acontece quando nenhuma causa pode ser identificada pelos exames, e os casais ficam perdidos, sem saber a razão de não conseguirem reproduzir. Por isso, é nesse ponto que vou concentrar mais a minha atenção neste texto. Existe muita controvérsia quanto à origem do aumento da infertilidade idiopática. Os fatos que vou relatar não são consenso na literatura médica, mas, na minha opinião, são procedentes e merecem ser mais investigados.

Possíveis causas da infertilidade idiopática (sem o motivo identificado):

Primeira - Anticoncepcionais

Um problema vem do uso excessivo de anticoncepcionais por adolescentes e adultas jovens. As jovens usam os medicamentos à base de hormônios sintéticos para evitar filhos, e esses medicamentos inibem a função da hipófise. Com isso, a hipófise deixa de comandar o ovário, não se formam folículos, óvulos, nem o corpo lúteo. Os ciclos menstruais são resultantes dos efeitos dos hormônios existentes nos anticoncepcionais. 

Muitos médicos deixaram de fazer uma interrupção anual nos anticoncepcionais, para deixar a hipófise reassumir o controle do ovário. As jovens passam anos usando anticoncepcional, o que pode afetar a capacidade da hipófise de regular o ovário. Às vezes, a hipófise não consegue mais reassumir um controle perfeito do ovário em mulheres mais sensíveis, quando as mesmas param de usar os hormônios. Algumas mulheres nem menstruam, outras menstruam, mas o ciclo é irregular, e elas não ovulam normalmente. Por isso, um percentual de mulheres que usam anticoncepcionais por muitos anos ficam com dificuldade de engravidar.

Segunda - Poluição ambiental

Uma segunda causa apontada, em especial por ambientalistas, tem sido a poluição ambiental. Muitas substâncias químicas usadas na indústria, pecuária e agricultura, e que chegam ao meio ambiente, possuem um efeito chamado de “desruptor endócrino”. Isso significa que essas substâncias interferem na função dos hormônios, causando uma quebra da comunicação entre a hipófise e as glândulas. Uma boa parte das substâncias que causa esse problema atua no eixo dos hormônios sexuais e, por isso, tem sido relacionada com a infertilidade em várias espécies animais assim como em humanos.

Isso, por exemplo, já foi comprovado para um defensivo agrícola chamado Chlordane, que além de potencializar o efeito tóxico de dezenas de substâncias, modifica a capacidade do fígado de metabolizar o estrogênio natural, gerando infertilidade. Um estudo feito na USP (Universidade de  São Paulo) demonstrou que as taxas de fertilidade são menores em populações que vivem em locais com maior poluição atmosférica. 

Há ainda as conclusões preocupantes de um estudo realizado na Universidade de Granada, que avaliou a placenta de 308 partos realizados entre 2002 e 2004. Nesse estudo 100% das placentas estavam contaminadas por uma ou mais das substâncias testadas, todas poluentes com potencial de afetar a reprodução. Isso mostra que esses poluentes têm capacidade de atingir o embrião, corroborando mais ainda essa hipótese.

Terceira - Estresse continuado

Por fim, a terceira causa para infertilidade idiopática apontada por alguns especialistas é o estresse continuado. O estresse pode interferir com a função da hipófise e desregulando os hormônios FSH e LH, que controlam o ovário, e ainda causa elevação da prolactina - um conhecido inibidor da ovulação. Populações humanas submetidas a altos índices de estresse, como numa guerra, têm uma redução significativa da fertilidade. As populações das cidades grandes estão cada vez mais estressadas e pode ser essa uma das causas da redução de fertilidade.

Afinal, como melhorar a fertilidade por meio da medicina complementar?

A medicina complementar oferece algumas armas para melhorar a fertilidade e pode ajudar, em especial, nos casos de infertilidade idiopática (sem o motivo identificado). Um recurso importante são as vitaminas e minerais, que, se não tiverem em quantidades suficientes, podem atrapalhar as funções do ovário ou a nidação do óvulo.

A medicina complementar tem alguns recursos que podem ajudar no tratamento de infertilidade. Um é a acupuntura. Vários estudos científicos demonstraram que a acupuntura melhora a fertilidade feminina, inclusive nas que foram submetidas à fertilização “in vitro”. Por isso, muitas clínicas de fertilidade estão indicando acupuntura para suas pacientes. Algumas vitaminas e nutrientes também podem ajudar na fertilidade. A suplementação de ácido fólico, por exemplo, é considerada fundamental na gestação, pois a deficiência dessa vitamina é uma causa de infertilidade.

No caso de suspeita de existirem “desruptores endócrinos” afetando negativamente a fertilidade, existe a possibilidade de se empregar alguns ativos naturais com efeito quelante, que significa a capacidade de eliminar substâncias tóxicas do organismo. A vitamina C tem esse efeito. Uma substância retirada de frutas cítricas, chamada de pectina cítrica modificada, tem mostrado essa capacidade, em pesquisas recentes. Em pessoas cuja suspeita recaia no estresse continuado, técnicas como a meditação, relaxamento, massagem e mesmo hipnose podem ser tentadas.


domingo, 25 de setembro de 2011

Kibe sem Glúten...



Adora kibe, mas não pode comer porque contém trigo? Então experimente esta receita!


Ingredientes:


- 500g de carne moída
- 1 xícara de grão de bico cozido e passado no processador
- 1/2 xícara de quinoa em flocos triturada
- 1 cebola picada
- 1 dente de alho bem batido
- Hortelã picadinho a gosto
- Sal e pimenta síria a gosto

Modo de Preparo: 

Misture todos os ingredientes em uma vasilha, exceto a quinoa. Quando estiver bem misturado, junte a quinoa e misture bem novamente. Modele os quibes e leve para assar ou pegue a massa e coloque numa assadeira e recheie com tomate ou outros legumes da sua preferência.


sábado, 24 de setembro de 2011

Você Conhece a Semente de Chia?


É uma semente originária do México e está sendo implantada no consumo brasileiro. É uma semente de cor escura e com alto teor de óleo na sua composição. Este óleo em abundância é o ômega-3 (ácido alfa linolênico). A semente também é composta pelos minerais potássio, cálcio e ferro. Assim como todas as sementes contém também uma quantidade significativa de magnésio.

O potássio é de grande relevância ao nosso corpo assim como os outros minerais porque participam de processos envolvidos na regulação da pressão arterial, ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo e modular a hipertensão. Também está envolvido no ganho de massa óssea, função cerebral, regulação do tônus muscular e outros.

O cálcio é conhecido pela sua importância na formação óssea. Mas saiba que ele também está envolvido na regulação do humor, temperamentos fortes, regulação do peso, glicemia (açúcar no sangue), concentração e ganho de massa muscular.

O ferro é importante para prevenir a anemia ferropriva, dar mais ânimo, disposição e está envolvido no metabolismo da regulação hormonal também.

O ômega-3 gordura em abundância nesta semente é conhecido por melhorar as dislipidemias (alterações na concentração de gordura no sangue), aumentar o colesterol bom (HDL), atua na melhora da depressão, redução nas dores provocadas pela artrite, fibromialgia, redução no envelhecimento precoce, melhora da capacidade cognitiva, atua na perda de peso, melhora a qualidade do sono.

Estas sementes também são ricas em fibras e por isto tem fator protetor contra câncer de intestino, ajudam a regular o trânsito intestinal, reduzir o açúcar no sangue (glicemia), melhorar a desânimo e cansaço por serem ricas em energia.

Elas podem ser consumidas em sucos, saladas de frutas, colocadas em preparações. Mas é sempre importante aliar uma boa alimentação, beber bastante água para que os efeitos das sementes sejam maiores e eficazes.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Acne...



Um mal comum entre a população, a acne tem impacto econômico e social e ainda causa efeito negativo à autoimagem a ao padrão de beleza, em especial durante a adolescência, fase comum de seu aparecimento que pode perdurar ou surgir também na fase adulta, caso não tratada ou em caso de endocrinopatias em mulheres.

É uma infecção crônica, universal, multifatorial, inflamatória ou não, que localiza-se no folículo piloso sebáceo, formado pela invaginação da epiderme que se estende até a derme e abriga a glândula sebacea e o pelo em seu interior, em sua fisiopatologia interferem vários fatores como, hereditariedade, estresse emocional, alimentação, hormônios, hiperprodução sebácea, utilização de cosméticos comedogênicos, hiperqueratinização folicular e aumento da colonização de Propionibacterium acnes (P. acnes) no ducto glandular.

Vaz (2004) afirma que o evento patológico primário da acne consiste na obstrução da unidade pilossebácea que dá origem ao microcomedão. Quando este aumenta de tamanho e o orifício folicular se dilata, surge o comedão aberto ou ponto negro, que em geral se inflama. Já quando o orifício não se dilata, surge o comedão fechado ou ponto branco, o precursor das lesões inflamatórias.

A inflamação da acne aumenta quando há uma grande secreção de hormônios na adolescência, sendo a testosterona fundamental para o crescimento e o desenvolvimento da glândula sebácea. O excesso de androgênio em mulheres que persistem com acne até a idade adulta se da em particular pela síndrome do ovário policístico (SOPC).

Nos EUA 80% da população entre 11 e 30 anos de idade possuem a chamada acne vulgar (condição inflamatória da unidade polissebácea), sendo a doença de pele mais comum no país.

A acne acomete mais os indivíduos do sexo masculino, devido à influência androgênica. No entanto, seu aparecimento é mais precoce em meninas (em torno dos 11 anos de idade) do que em meninos (12 anos em média). Sabe-se também que, entre os adolescentes a frequência e a severidade da acne, bem como a tendência a cicatrizes são maiores entre os homens. Já a acne do adulto é mais frequente em mulheres e, sua gravidade deve ser avaliada por um profissional capacitado.

Estudos mostram que sua incidência é maior em grupos que consomem alto conteúdo de glicose, dieta tipica das sociedades modernas e industrializadas. Em áreas rurais e sociedades não industrializadas, sua prevalêcia é muito menor. Como demonstrado quando avaliada a alimentação de esquimós, que ingerem dieta rica em peixes (ricos em ácidos graxos essenciais) ao mudarem seu hábito alimentar para uma dieta “ocidental”, rica em gorduras saturadas.

Segundo a Dra. Gillian McKeith, autora do livro Você é o que você come, ela pode ainda, indicar congestão ou desequilíbrio. Dependendo de onde está localizada no corpo, sabe-se qual é o órgão atingido.

Testa: área intestinal;
Bochechas: pulmões;
Nariz: área do coração;
Queixo: área dos rins;
Ombro: aparelho digestivo;
Peito: área dos pulmões e do coração;
Parte superior das costas: área dos pulmões;
Ao redor da boca: aparelho reprodutor;

Portanto, cada vez mais, os fatores ambientais devem ser considerados importantes influenciadores para seu surgimento.

Seu tratamento está baseado em seus vários fatores etiopatogênicos como, a ativação hormonal, colonização pelo P. acnes, diminuição da hipersecreção sebácea e inflamação e oclusão do orifício folicular e objetiva a melhora do quadro infeccioso, da aparência física, minimização de cicatrizes e prevenção de efeitos psicológicos adversos.

Necessita portanto, de terapias combinadas, entre elas são usados tratamento tópicos, sistêmicos e a nutrição que é o nosso enfoque.

Apesar da discussão acerca dos alimentos que agravam o quadro acneico ainda ser controversa, temos o chocolate, nozes, produtos lácteos alimentos gordurosos e condimentados, carboidratos simples, algumas vitaminas e sais minerais como os mais relacionados com o quadro, além da utilização de alimentos pró-inflamatórios, dieta hiperlipídica, hipermeabilidade inestinal, índice glicêmico (IG) dos alimentos e a influência do leite na dieta.

Alimentos ricos em ácido araquidônico como, carne vemelha, gordura do frango, leite e derivados podem gerar doenças inflamatórias, entre elas a acne.

O consumo de alimentos processados e industrializados, a carência de ácidos graxos essenciais, vitaminas e minerais auxiliam no desequilíbrio hormonal, o que favorece o desencadeamento da acne.

A dieta não ocidental, relatada anteriormente é livre de alimentos processados, laticínios, açúcar e óleo refinado, e rico em frutas frescas, legumes, carnes magras, peixes e frutos do mar. Dai, sua suposta relação a prevenção da acne.

Portanto:

·    Substitua os industrializados e processados por alimentos naturais e/ou orgânicos.
·    Tenha uma dieta rica em:

a)  Ácidos graxos essenciais: sementes de girassol e linhaça e óleos de oliva, canola, germe de trigo e em animais de origem marinha, sardinha, atum, salmão)
b)   Vitaminas A, C, B6 (lentilha, banana, aveia, cereais integrais)
c)   Cromo (carnes, cereais integrais, nozes);
d)  Zinco (ostra, farelo de arroz, germe de trigo, castanha do Brasil, frango, alho, semente de girassol e abóbora, entre outros);
e)  Cobre (mariscos, frutos e cereais integrais secos, passas e cacau orgânico). Aumenta a resistência a infecções virais e microbianas;
f)    A vitamina B5 (ácido pantotênico) é fundamental para síntese de hormônios sexuais e seu déficit pode promover o desequilíbrio do metabolismo dos ácidos gráxos, o que aumenta a probabilidade de gerar acne (abacate, fígado, ovos, brócolis, batata doce, lentilha);

·     A suplementação com vitamina A também se mostrou eficaz na redução das pápulas, pústulas e comedões em alguns estudos;
·   O selênio aumenta a enzimas antioxidantes, porém, é importante pensar que suas fontes são ricas em gorduras e tem potencial alergênico, portanto sua suplementação seria mais eficaz;
·      O consumo de leite e derivados também pode ser um agravante, já que os hormônios nele presente, geram alterações nos hormônios humanos, além de conter moléculas bioativas que atuam sobre a unidade pilossebácea, como glicocorticóides e IGF-1.

A microbiota e/ou a permeabilidade intestinal também exercem influência sobre a acne, nesses, o uso de pré e probióticos e dieta rica em fibras são indicados.

A dieta de alto índice glicêmico também esta relacioanada a acne por alguns fatores como:

1.   Possibilitar um aumento de hormônios andrógenos;
2.  Causar ativamento do sistema endócrino mediante a ceratinização folicular das glândulas sebáceas e o IGF-1 no transportador proteico, aumentando a produção de sebo;

Agora você já sabe mais sobre esse mal e esta ciente de que a nutrição pode lhe ajudar bastante. Procure um profissional capacitado e viva melhor consigo mesmo.

REFERENCIAS:

MCKEITH, G. Você é oque você come. Ed. Elsevier. São Paulo, SP, 2005.

COSTA, A, Alchorne MMA, Michalany NS, Lima HC. Acne vulgar: estudo piloto de avaliação do uso oral de ácidos graxos essenciais por meio de análises clínica, digital e histopatológica. An Bras Dermatol. 2007;82(2):129-34.

STEINER, D. et al. Acne Vulgar. RBM – Rev. Bras. De Med. e Rev. Pediatria Moderna. 489-496.


PUJOL, A. P. Nutrição Aplicada a Estética. Ed. Rubio. Rio de Janeiro, RJ, 2011.

@JulianaPansardi