O leite também entrou na tendência orgânica, que cresce cada vez mais no Brasil.
Sem nenhum tipo de agrotóxico nos processos de produção, o alimento obtido de forma natural já chega à mesa do consumidor brasileiro com selo de qualidade.
Pesquisas mostram que os agrotóxicos podem ser a causa de muitas alergias alimentares e são a segunda maior causa de intoxicação.
Apesar das regulamentações, muitos agrotóxicos não autorizados são encontrados nos alimentos.
Leite orgânico
No ano passado, a Embrapa Cerrados, em consórcio com a Universidade Federal de Santa Catarina, decidiu impulsionar a produção e o consumo do leite orgânico no país.
Entre as pesquisas desenvolvidas, o correto manejo de pastagens é um fator fundamental.
A Embrapa está trabalhando no desenvolvimento de uma unidade de pesquisa participativa que possa ser replicada em todo o País.
Os principais nutrientes para a produção de pastagens são o nitrogênio, o fósforo e o potássio.
A fonte de nitrogênio tradicional é a ureia, mas ela é totalmente proibida no sistema orgânico.
O jeito então foi utilizar a adubação verde, com leguminosas fixadoras de nitrogênio.
"Como fonte de fósforo, são usados fosfatos de rochas naturais e, no lugar do cloreto de potássio, usamos o pó de rocha. Tudo é natural e não tem nada de adubo químico", explica João Paulo Soares, da Embrapa.
Preço do leite orgânico
Embora o preço do leite orgânico seja mais alto para o comprador, os números da produção mostram que a aposta no mercado dos alimentos orgânicos pode valer a pena para os produtores.
O preço pago aos produtores pelo leite convencional é de R$ 0,80 por litro, enquanto o leite orgânico rende até R$ 3,50 por litro.
Já no supermercado, o litro do leite produzido sem agrotóxicos custa até R$ 4,50, enquanto o convencional não ultrapassa R$ 2,00.
Mesmo representando ainda uma pequena parcela de tudo que é produzido em território nacional, o crescimento em fabricação do leite sem resíduos tóxicos chega a 250%, se considerados os últimos 10 anos.
Segundo pesquisa recente da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o brasileiro consome ou inala 6,7 litros de agrotóxico por ano.
Fonte: Diário da Saúde