A
reabilitação da oclusão (mordida) costuma ser um tratamento complexo. Faz-se
necessário obter um diagnóstico oclusal completo, que considere todos os
elementos participantes, desde o esmalte dentário até o estado psicológico do
paciente. O tratamento de Plástica Oclusal faz parte de uma nova odontologia
simples e confiável, sem desgastes dentários, sem onlays (blocos) e/ou coroas
desnecessárias.
O princípio
básico da boa oclusão é fazer as guias canina e anterior funcionarem. Ou seja,
quando fazemos movimentos de lateralidade, os únicos dentes que devem encostar
são os caninos daquele lado. Quando fazemos protrusão, ou seja, encostar os
incisivos topo a topo, só eles podem ficar encostados, mais nenhum dente. Porém,
nem sempre alcançando este objetivo na mordida habitual ou Máxima
Intercuspidação Habitual (MIH), o paciente está livre de dores musculares,
quebras de coroas dentárias e restaurações, fraturas radiculares, abfrações,
recessões gengivais, quebra de implantes, perda de implantes, perda óssea
localizada, desgastes dentários, recidivas ortodônticas, movimentação dentária
como dispersão ou apinhamento e tantos outros sinais e sintomas da oclusão
“doente”. Em pouquíssimos casos, a MIH coincide com a RC – mordida em Relação
Cêntrica. Quando o paciente apresenta um desses sinais ou sintomas listados
acima, faz-se necessário a reabilitação em Relação Cêntrica.
Começamos o
tratamento da Plástica Oclusal, depois do exame clínico e anamnese iniciais,
com a moldagem do paciente e montagem do modelo de gesso em Articulador
Semi-Ajustável (ASA), que é um dispositivo que imita alguns movimentos da boca
e possibilita o estudo da mordida. Esta montagem é feita na posição de Relação
Cêntrica, onde todos os ligamentos e músculos da mastigação estão relaxados.
Este relaxamento é conseguido a partir do uso do conjunto JIG/pua, que são dois
dispositivos feitos ali no consultório mesmo, que colocados nos incisivos, faz
com que só encostemos os dentes anteriores e não os posteriores. Já é
comprovado cientificamente que quando há desoclusão dos dentes posteriores, já
há automaticamente relaxamento da musculatura mastigatória. Desta forma, com o
auxílio do JIG, da pua e da mordida em cera, fica simples a montagem dos
modelos em ASA, na posição de Relação Cêntrica.
Montagem feita,
começa-se a análise da oclusão. É deliciosamente surpreendente quantas
informações e respostas obtemos neste estudo. Questões que eram impossíveis de
se elucidar apenas com a análise clínica, tornam-se óbvias diante dos nossos
olhos. Até mesmo o paciente, que é relativamente leigo no assunto, consegue
enxergar as causas dos problemas.
Feito o
diagnóstico, parte-se para busca da solução. A partir dos primeiros contatos
dentários já encontrados, começamos o projeto reabilitador fazendo um
enceramento, que é a reconstrução em cera, no modelo de gesso, reanatomizando
os dentes, para que tenham contatos entre eles, refazendo as partes perdidas
com os desgastes, e seguindo o princípio básico da obediência às guias canina e
anterior.
Tudo funcionando
no modelo de gesso, é hora de passar para a boca. Todo o acréscimo é feito em
resina fotopolimerizável. Sem desgastes, sem mais perdas de tecido dental e com
uma estética supernatural! Estando a mordida estabilizada e funcionando bem, os
acréscimos em resina duram tanto quanto qualquer outro material, como cerômero
ou porcelana. Com a vantagem de não precisar de desgastar os dentes.
Essa
é uma odontologia simples, segura, eficiente, compreensível e acessível.
Texto: Dra Ana Paula
Bittencourt especialista em Reabilitação
Oral e Estética da Clínica Dual Odontologia – 61-33462793