terça-feira, 10 de junho de 2014

PLÁSTICA OCLUSAL


          A reabilitação da oclusão (mordida) costuma ser um tratamento complexo. Faz-se necessário obter um diagnóstico oclusal completo, que considere todos os elementos participantes, desde o esmalte dentário até o estado psicológico do paciente. O tratamento de Plástica Oclusal faz parte de uma nova odontologia simples e confiável, sem desgastes dentários, sem onlays (blocos) e/ou coroas desnecessárias.
          O princípio básico da boa oclusão é fazer as guias canina e anterior funcionarem. Ou seja, quando fazemos movimentos de lateralidade, os únicos dentes que devem encostar são os caninos daquele lado. Quando fazemos protrusão, ou seja, encostar os incisivos topo a topo, só eles podem ficar encostados, mais nenhum dente. Porém, nem sempre alcançando este objetivo na mordida habitual ou Máxima Intercuspidação Habitual (MIH), o paciente está livre de dores musculares, quebras de coroas dentárias e restaurações, fraturas radiculares, abfrações, recessões gengivais, quebra de implantes, perda de implantes, perda óssea localizada, desgastes dentários, recidivas ortodônticas, movimentação dentária como dispersão ou apinhamento e tantos outros sinais e sintomas da oclusão “doente”. Em pouquíssimos casos, a MIH coincide com a RC – mordida em Relação Cêntrica. Quando o paciente apresenta um desses sinais ou sintomas listados acima, faz-se necessário a reabilitação em Relação Cêntrica.
          Começamos o tratamento da Plástica Oclusal, depois do exame clínico e anamnese iniciais, com a moldagem do paciente e montagem do modelo de gesso em Articulador Semi-Ajustável (ASA), que é um dispositivo que imita alguns movimentos da boca e possibilita o estudo da mordida. Esta montagem é feita na posição de Relação Cêntrica, onde todos os ligamentos e músculos da mastigação estão relaxados. Este relaxamento é conseguido a partir do uso do conjunto JIG/pua, que são dois dispositivos feitos ali no consultório mesmo, que colocados nos incisivos, faz com que só encostemos os dentes anteriores e não os posteriores. Já é comprovado cientificamente que quando há desoclusão dos dentes posteriores, já há automaticamente relaxamento da musculatura mastigatória. Desta forma, com o auxílio do JIG, da pua e da mordida em cera, fica simples a montagem dos modelos em ASA, na posição de Relação Cêntrica.
          Montagem feita, começa-se a análise da oclusão. É deliciosamente surpreendente quantas informações e respostas obtemos neste estudo. Questões que eram impossíveis de se elucidar apenas com a análise clínica, tornam-se óbvias diante dos nossos olhos. Até mesmo o paciente, que é relativamente leigo no assunto, consegue enxergar as causas dos problemas.
          Feito o diagnóstico, parte-se para busca da solução. A partir dos primeiros contatos dentários já encontrados, começamos o projeto reabilitador fazendo um enceramento, que é a reconstrução em cera, no modelo de gesso, reanatomizando os dentes, para que tenham contatos entre eles, refazendo as partes perdidas com os desgastes, e seguindo o princípio básico da obediência às guias canina e anterior.
          Tudo funcionando no modelo de gesso, é hora de passar para a boca. Todo o acréscimo é feito em resina fotopolimerizável. Sem desgastes, sem mais perdas de tecido dental e com uma estética supernatural! Estando a mordida estabilizada e funcionando bem, os acréscimos em resina duram tanto quanto qualquer outro material, como cerômero ou porcelana. Com a vantagem de não precisar de desgastar os dentes.
          Essa é uma odontologia simples, segura, eficiente, compreensível e acessível. 


Texto:  Dra Ana Paula Bittencourt especialista em Reabilitação  Oral e Estética da Clínica Dual Odontologia – 61-33462793