sexta-feira, 6 de junho de 2014

ATIVIDADE FÍSICA E A FIBRILAÇÃO ATRIAL


Por, Júlio Caleiro – Nutricionista.

Dois novos estudos publicados recentemente dá credibilidade à ideia de que quando se trata de exercícios em demasia, não pode ser nada bom! No primeiro estudo, conduzido pelo Dr. Nikola DRCA (Hospital Karolinska University, de Estocolmo, Suécia) publicado 14 de maio de 2014, os investigadores relatam que os homens que se exercitaram por mais de cinco horas por semana, e que tinham mais de 30 anos, teriam maior risco de desenvolverem fibrilação atrial mais tarde na vida, em comparação com os homens que se exercitavam menos. O relatório também mostrou que idosos que caminhavam ou andavam de bicicleta por cerca de 1 hora por dia tiveram um risco significativamente menor de fibrilação atrial em comparação com os adultos mais velhos, que quase nunca realizam este tipo de atividade física de lazer.
No segundo estudo, liderado pelo Dr. Ute Mons ( Centro de Pesquisa do Câncer Alemão, Heidelberg – Alemanha), e também publicados sobre o coração, os pesquisadores estudaram a associação da atividade física em 1038 indivíduos com doença coronariana estável, e confirmaram as descobertas anteriores de um risco aumentado de efeitos adversos em pacientes inativos. “No entanto, eles também descobriram que aqueles que participaram de atividade física” extenuante” diariamente tiveram um risco aumentado de morte por causas cardiovasculares .
“ Nossos dados indicaram uma associação de forma reversa, em mortalidade cardiovascular associando atividade física de forma moderada”, escreve Mons e colegas.” Ambos os pacientes ‘inativos’, e os ‘diariamente ativos’ aumentaram os riscos de mortalidade em comparação com o grupo de referência de pacientes, que eram ‘ativos apenas duas a quatro vezes por semana’, mas com os perigos de ser maior no grupo inativo”.
O que significa esta descoberta?
Em um editorial os Drs. Eduard Guasch e Lluís Mont (Universidade de Barcelona, ​​Espanha) notaram que ambos os estudos são limitados, mas ainda levantam questões clínicas importantes. Por exemplo, com o trabalho de ‘Mons et al’ estudo com pacientes com doenças isquêmicas do coração, apresentaram resultados que contrariam o que é conhecido popurlamente. “..Um aumento em todas as causas de mortalidade cardiovasculares  nos grupos mais ativos, é o resultado mais desafiador do estudo”, escrevem Guasch e Mont. Embora a atividade física e doença cardíaca isquêmica agravante, parece ser  ‘contraditório’,  pequenos estudos têm sugerido que pode ser possível realmente.  Para aqueles com doença existente, a atividade física pode contribuir para um ambiente pró-inflamatório.

Fibrilação Atrial - Riscos com o aumento do Exercício
No outro papel, DRCA analisou o efeito da atividade física de diferentes tipos e efeitos, em diferentes idades sobre o risco de fibrilação atrial em 44.410 homens suecos, com idades entre 45 e 79 anos de idade. Todos os pacientes preencheram um questionário e avaliaram o tempo gasto na atividade física em 15, 40 e 50 anos de idade. Após 12 anos, os homens que se exercitavam mais de 5 horas por semana, aos 30 anos tinham 19% maior risco,  de desenvolver fibrilação atrial do que os homens de 30 anos, que se exercitavam menos de 1 hora por semana. O risco persistiu independentemente se deram ou não continuidade a atividade física ao longo da vida. Na verdade, os homens que se exercitavam mais de 5 horas por semana com 30 anos, e depois pararam com os exercícios, tinham 49% mais riscos de desenvolver fibrilação atrial em comparação com aqueles que se exercitaram com de 30 anos.
Andar a pé ou de bicicleta com (idade média de 60 anos), foi associado com uma relação de 13% menos risco, de desenvolver fibrilação atrial em comparação com aqueles que não caminhavam, ou não andavam de bicicleta. Em seu artigo, ‘DRCA et al’ enfatizam os efeitos positivos da atividade física e sugerem aos médicos fazerem o mesmo que seus pacientes. “A inatividade física ou um estilo de vida sedentário está relacionado a maiores problema de saúde, para a população em geral do que a atividade física excessiva “, escrevem eles. “No entanto, exercícios frequentes de alta intensidade podem ser associados com um impacto negativo na saúde, e os pacientes com tal estilo de vida devem ser informados sempre..”.
————————————————————–


Referências
-1.Mons Y, Hahmann H, Brenner H. A reverse J-shaped association of leisure time physical activity with prognosis in patients with stable coronary heart disease: evidence from a large cohort with repeated measurements. Heart 2014; DOI:10.1136/heartjnl-2013-305242. Abstract
-2.Drca N, Wolk A, Jensen-Urstad M, Larsson SC. Atrial fibrillation is associated with different levels of physical activity levels at different ages in men. Heart 2014; DOI:10.1136/heartjnl-2013-305304. Abstract
-3.Guasch E, Mont L. Exercise and the heart: Unmasking Mr Hyde. Heart 2014; DOI:-10.1136/heartjnl-2014-305780. Editorial extract