Outrora visto como um registro definitivo a guiar o que acontece ou não com o corpo humano, hoje o DNA já é encarado com outros olhos por um crescente número de cientistas.
Já está bem estabelecido, por exemplo, que o estilo de vida induz alterações no DNA.
Essas alterações podem ter efeitos específicos sobre o metabolismo, sendo benéficos ou causando danos nos órgãos ou doenças, dependendo do estilo de vida.
No decurso da vida, as influências ambientais e fatores de estilo de vida - como a dieta, o tabagismo ou a ingestão de bebidas alcoólicas - ou processos como o envelhecimento, induzem alterações bioquímicas no DNA.
Frequentemente, essas alterações levam à metilação do DNA, um processo no qual grupos metílicos são adicionados a segmentos específicos do DNA, sem alterar sua sequência.
Esses processos podem influenciar a função do gene, sendo conhecidos como epigenética.
Epigenética e metabolismo
Cientistas do Centro Médico Helmholtz (Alemanha) identificaram agora 28 alterações no DNA associadas a características metabólicas.
Este é o primeiro estudo de larga escala associando o epigenoma com metabólitos e genes modificados pelo estilo de vida.
O grupo analisou mais de 457 mil locais no DNA em busca de alterações bioquímicas, e comparou-as com as concentrações de 649 metabólitos diferentes.
A análise revelou que a metilação de 28 segmentos de DNA altera uma série de processos metabólicos importantes.
"Este estudo nos dá novas informações sobre como os fatores de estilo de vida podem influenciar o metabolismo através das alterações resultantes no DNA", afirmam Melanie Waldenberger e Christian Gieger.
"Agora podemos usar estes resultados para desenvolver novas abordagens diagnósticas e terapêuticas para doenças relacionadas com o estilo de vida, tais como o diabetes," concluíraam.
Há outros grupos procurando associações mais específicas no epigenoma, procurando descobrir, por exemplo, como a epigenética altera os genes ligados ao câncer.
Fonte: Diário da Saúde