sábado, 5 de janeiro de 2013

Não à automedicação.....



A automedicação é a prática de ingerir medicamentos sem o aconselhamento e/ou acompanhamento de um médico ou outro profissional habilitado. Em outras palavras, é a ingestão de medicamentos por conta e risco do indivíduo. É uma prática bastante difundida não apenas no Brasil, mas também em outros países. Medicamentos de uso mais “simples” e comuns estão disponíveis em farmácias ou supermercados e podem ser obtidos sem necessidade de receita médica, como analgésicos, antitérmicos, antiinflamatórios, entre outros.
Os medicamentos são comprados por indicações de amigos, estimulados pela mídia, internet ou indicação do balconista, não farmacêutico. A onda das depressões, na busca por “um mundo mais feliz”, fez a classe média abusar dos psicotrópicos, sem a recomendação dos médicos. Antitérmicos, antiinflamatórios e analgésicos são os medicamentos mais utilizados, sem qualquer tipo de orientação especializada. Segundo dados do Conselho Federal de Farmácia, a automedicação é responsável por 25% dos casos de intoxicação no Brasil.
 
Tendo em vista os problemas decorrentes da automedicação e, principalmente, quando esta é feita com uso de antibióticos, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em outubro de 2010, modificou algumas regras para a venda destes medicamentos, que a partir de então passaram a ser vendidos em farmácias e drogarias apenas com retenção de receita. Uma resolução bem tomada, mas que deveria ser estendida a outras classes de medicamentos que são responsáveis pela maior parte das intoxicações detectadas nos pronto atendimentos de todo o pais.
 
Para que o leitores tenham uma ideia do perigo da automedicação, cito alguns casos bastante comuns no dia-a-dia. Por exemplo, uma pessoa que tem “incômodos” no estômago e passa a usar, por conta própria, medicamentos a base de anti-ácidos ou da família do omeprazol, podem estar mascarando ou escondendo doenças mais sérias como úlceras ou mesmo tumores. Outro exemplo bastante corriqueiro é o uso indiscriminado de medicações à base de paracetamol, que podem causar sérios prejuízos ao fígado, tipo hepatite ou cirrose. Aquela pessoa que após o consumo de etílicos faz uso deste medicamento pode sobrecarregar ainda mais a função hepática. O uso de fitoterápicos também deve ter orientação adequada. Só para citar dois exemplos: o uso concomitante do ginkgo biloba com o AAS (aspirina) aumenta o tempo de sangramento nas pessoas, podendo ocorrer hemorragias e, algumas delas, podem ser fatais como nos derrames cerebrais. Já o ginseng usando como estimulante natural pode aumentar a pressão e piorar os sintomas dos hipertensos.
 
O próprio modelo regulador (Anvisa) continua estimulando, indiretamente, a automedicação, com frases do tipo “a persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado”. No meu entendimento, esta frase só vem a reforçar o consumo de medicamentos, ou seja, use primeiro o medicamento. Caso os sintomas persistam, procure o médico. Em vez de ser uma frase de alerta, na prática é uma frase de estímulo à automedicação. Melhor seria usar a frase de Paracelso, médico do século XVI: “A diferença entre um remédio e um veneno está na dose”, converse antes com seu medico. 
Boa semana a todos.









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