terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Medicina Tradicional Chinesa pode ser a solução para a obesidade?



A obesidade pode ser um problema tipicamente moderno, mas uma equipe de cientistas de Taiwan e da China está-se voltando para os princípios milenares da medicina tradicional chinesa para ajudar a combatê-la.
Os resultados, publicados no Journal of Biomolecular Structure Dynamics, indicam que pode haver uma nova direção para os tratamentos da síndrome metabólica.
A síndrome metabólica é um conjunto de fatores de risco cardiovascular que inclui, além da obesidade, hiperglicemia - com ou sem diabetes -, hipertensão arterial e aumento da circunferência da cintura.
Reguladores PPAR
Nosso organismo possui reguladores do metabolismo lipídico e dos carboidratos, chamados PPAR, sigla em inglês para receptores ativados por proliferador de peroxissomo (Peroxisome proliferator-activated receptors).
Eles estão envolvidos na regulação de muitas funções fisiológicas iniciadas por nutrientes, nutracêuticos e fitoquímicos.
Existem três subtipos de PPAR - alfa, gama e delta -, todos desempenhando papéis importantes.
Devido à importância dessas funções, os três também são alvos de medicamentos importantes para o tratamento da síndrome metabólica.
Beterraba e uva-espim
Os compostos da medicina tradicional chinesa, por sua vez, têm sido reconhecidos como candidatos promissores para a criação de agentes antivirais, antitumorais e anti-inflamatórios.
Para ver se eles poderiam também ser utilizados para alvejar os reguladores PPAR na luta contra a síndrome metabólica, os pesquisadores consultaram mais de 30.000 pequenas moléculas originadas de ervas usadas pela medicina tradicional chinesa.
A equipe realizou uma série de modelagens e simulações para estudar cada molécula, estabelecendo estruturas adequadas para se encaixar em cada tipo da proteína PPAR, a fim de identificar as principais ações dos potenciais medicamentos.
Os princípios ativos identificados são conhecidos como (S)-triptofano-betaxantina, presente na beterraba, e berberrubina, um alcaloide presente na uva-espim.
Agora serão necessárias pesquisas para avaliar os dois compostos, mas os pontos de partida estão estabelecidos rumo à criação de tratamentos mais naturais para a síndrome metabólica e a obesidade.
Fonte: Diário da Saúde