sexta-feira, 6 de março de 2015

Panelas e suas influências na alimentação e na saúde

Por: Vanessa Schwab, nutricionista e personal diet - CRN DF 1916

Preparar uma alimentação de qualidade depende de muitas variáveis, como uma boa receita, habilidade culinária, ingredientes saudáveis e a panela adequada. Cada material utilizado na fabricação das panelas tem suas particularidades, tornando-as mais indicadas para uma função ou o preparo de determinado alimento e também interferindo na nossa saúde. Sob o aspecto da saúde, algumas panelas são condenáveis e deveriam ser aposentadas de todas as cozinhas.
Vamos então conhecer os prós e os contras de cada panela para a nossa alimentação e saúde:
ALUMÍNIO
São as mais comuns, leves, baratas e aquecem por igual. Mas também são as que causam mais problemas, pois liberam certas quantidades de alumínio na comida. O alumínio é um metal tóxico que pode ficar armazenado no tecido adiposo favorecendo a obesidade, além de afetar o sistema nervoso trazendo desequilíbrios como o Alzheimer e Parkinson.
Como este metal é liberado mais facilmente em contato com alimentos gordurosos, ácidos e que contenham sal, deve-se evitar, por exemplo, o preparo de carnes e molho de tomate nestas panelas. Ainda, é recomendado adicionar o sal apenas no final do preparo, para evitar que mais resíduos sejam liberados. Não devem ser usadas esponjas ásperas ou de aço, e não devemos raspar a panela com talheres de metal para que o alumínio não seja liberado para o alimento. Sendo assim, este é um tipo de panela que deveria ser eliminada de toda cozinha.

ANTIADERENTE (TEFLON)
Conhecidas pela capacidade de não deixar o alimento grudar e ainda reduzir bastante o uso do óleo no preparo dos alimentos. Um dos problemas é que seu processo de produção é muito poluente. Além disto, contêm dois plásticos em sua composição, o polietrafluoretileno (PTFE) e o perfluorooctanóico (PFOA). Eles são compostos tóxicos, a base de flúor, e que se soltam facilmente da panela principalmente quando está velha ou se submetida à altas temperaturas, como durante as frituras. Panelas deste tipo quando riscadas, já estão liberando substâncias tóxicas para o alimento. O melhor é evitá-las.

COBRE
Não é mais comercializada porque o cobre é transferido com muita facilidade para o alimento, provocando intoxicações, levando a náuseas, dores abdominais e problemas gastrointestinais, além de poder prejudicar rins e fígado à longo prazo.


▪ FERRO
São bem resistentes, e liberam ferro na comida, o que ajuda a combater problemas como anemia.
O uso da panela é também indicado para vegetarianos, mulheres em idade fértil e crianças.
Um inconveniente é que este tipo de material altera a cor do alimento, deixando-o acinzentado e pouco atrativo. Para aqueles que não são anêmicos, é importante lembrar que o aumento do ferro, aumenta a ferritina, que pode levar ao aumento de radicais livres.
Para manter a panela sem ferrugem e evitar perigo ao nosso organismo, é importante secá-la no fogão e untá-la caso ela não seja usada com frequência. Algumas são esmaltadas, tornando-as mais fáceis de limpar, porém, se não forem de boa procedência podem conter chumbo na composição do esmalte. É sempre bom ficar alerta.

BARRO
Ideal para o preparo de alimentos com bases líquidas como ensopados, feijão e sopas, esse tipo de panela mantém o calor por um longo período de tempo e também pode ir ao forno. A desvantagem fica por conta da demora em esquentar e no cuidado exigido na hora da limpeza. Deve-se evitar a preparação de pratos com pouca água, pois isso pode desidratar e ressecar o que estiver sendo cozido. Antes de utilizá-la pela primeira vez, deve-se colocar duas ou três colheres de óleo e levá-la ao fogo até queimar, o que permite uma melhor impermeabilização e durabilidade da panela. Importante alertar que uma panela de barro de qualidade ruim pode conter chumbo, cádmio e níquel, metais pesados liberados na comida durante o cozimento.


▪ PEDRA-SABÃO
É uma das mais antigas da história da culinária. São produzidas a partir de um mineral retirado da natureza chamado esteatito. Não possuem cheiro, não alteram o sabor dos alimentos e os mantêm quentes por longo tempo. Antes de usadas devem ser untadas com óleo por dentro e por fora, enchidas com água e levadas ao forno médio por 2 horas. Com isso ela estará apta para liberar quantidades expressivas de elementos nutricionalmente importantes como cálcio, magnésio, ferro e manganês. Ela é ideal para caldos, moquecas e ensopados.

▪ INOX
O aço inoxidável, é composto por ferro, cromo e níquel. O níquel em pequenas quantidades pode até ser útil ao organismo, mas o excesso tende a afetar o sistema nervoso e ainda causar problemas alérgicos como asma e dermatites. Ao usar a panela de inox pela primeira vez, deve-se fervê-la durante 1 hora por 3 vezes com bastante água para fazer a quelação dos minerais. Não se deve guardar alimentos dentro da panela, nem limpá-la com esponja de aço. É ideal para uso diário e para qualquer preparação, além de ser uma das panelas mais resistentes.


▪ CERÂMICA
São atóxicas, isto é, não contém nenhum produto tóxico para o alimento. O calor é bem distribuído, não sendo necessário utilizar muito óleo no preparo. Sua desvantagem é o alto custo.


VIDRO
Sob o ponto de vista da saúde, é a única panela considerada como 100% segura, pois não libera qualquer resíduo para o alimento. Seu inconveniente é que os alimentos podem queimar mais facilmente. O ideal é utilizá-la somente para preparações à base de líquidos como sopas, cozidos e molhos.


Conhecendo os benefícios e malefícios de cada tipo de panela, quando fizerem suas escolhas pensem sempre que elas devem atender a 3 aspectos: saúde, praticidade e funcionalidade.
A sugestão é ir trocando as panelas aos poucos e dentre as melhores ter uma de cada material para atender as diferentes necessidades culinárias e nutricionais.