'Autofagia' facilita adaptação das células e
protege contra diabetes.
Descoberta foi feita em estudo com camundongos.
Cientistas descobriram mais uma
forma como a atividade física pode fazer bem à saúde. Uma pesquisa publicada
online pela revista científica “Nature” mostrou que os exercícios induzem a
"autofagia".
Na autofagia, a célula elimina
organelas velhas e se alimenta desse material que ela mesmo expeliu. Em outras
palavras, é um processo de “reciclagem” das células, que permite que elas se
adaptem às mudanças nas demandas energéticas e nutricionais do corpo.
Essa "reciclagem"
previne contra o desenvolvimento da resistência à insulina, que tem como
principal consequência a diabetes tipo 2. Em outros estudos, já se mostrou
também que o processo retarda o envelhecimento e protege contra alguns tipos de
câncer.
O estudo que achou a relação
entre exercícios físicos e esse processo foi feito com camundongos. Primeiro,
os pesquisadores descobriram que isso acontece um tipo de camundongos
selvagens. Depois, desenvolveram uma mutação genética em um grupo de animais
para comparar o que acontecia com os dois grupos, e chegaram a essa conclusão.
“Antes desse estudo, pensava-se
que a fome era o principal indutor de autofagia in vivo [em animais
vivos], e agora descobrimos que uma pequena sessão de exercícios pode induzir
autofagia de maneira semelhante em camundongos bem alimentados”, disse ao G1
Congcong He, da Universidade do Texas Southwestern, autora da pesquisa.
“Mais importante, é a primeira
vez que é revelado o papel da autofagia na capacidade de resistência nos
exercícios e os efeitos benéficos mediados à saúde pelo exercício”, completou a
pesquisadora.
Inicialmente, o estudo encontrou
a "reciclagem" induzida pelos exercícios em células musculares,
localizadas no coração e perto dos ossos. No entanto, os cientistas que
conduziram o estudo também já descobriram o processo no fígado, no pâncreas e
em células adiposas.
“É possível que a autofagia tenha
um papel essencial nos efeitos benéficos da autofagia também nesses órgãos, o
que é um de nossos próximos passos, utilizando modelos de camundongos com
deficiência de autofagia em tecidos específicos.