Qual o peso de nossas escolhas?
Qual a nossa responsabilidade diante de nossa atual condição?
Podemos
escolher ficar doentes? Escolhemos a tristeza?
Obviamente,
ninguém escolhe estar mal ou sem saída para seus problemas, mas será que estamos
totalmente abandonados à própria sorte, à mercê dos acontecimentos do mundo, sem
nenhum poder para mudar as coisas em nossas vidas?
Vejo um
número muito grande de pessoas, (em consultório, redes sociais, trabalho),
reclamando de sua situação, seja a infelicidade de trabalhar com o que não gosta,
o sobrepeso, a saúde, dívidas ou a aparência. Falam de uma forma como se
tivessem sido jogadas ou empurradas para isso: “Não tenho dinheiro”, “meu
problema é muito complicado”, “minha vida sempre foi difícil”. Não sei se cada
um já parou por um instante e se perguntou: O que eu fiz para ter chegado até
aqui em minha vida? Este é um questionamento que deve ser feito com freqüência:
“Até que ponto os problemas de nossas vidas são culpa do mundo e até que ponto
a responsabilidade não é nossa?”
Com
certeza, nascer em um lar pobre, problemas familiares, doenças, dificultam o
caminho, mas é fato que quaisquer destes problemas não inviabilizam uma vida.
Temos por aí inúmeros exemplos de pessoas que venceram dificuldades objetivas,
inegáveis e conquistaram seu lugar ao sol.
Por que
para outros mudar é tão difícil? Por que será que a inércia (no sentido de um
corpo parado tende a ficar parado) é maior em alguns que em outros? Todos temos dificuldades. Mas alguns vão
dizer: “Ahh, mas quem é rico não passa por isso”, “ahh fulana é magra porque
tem um namorado personal/nutricionista” E por aí vai. Bom, algumas coisas
realmente podem facilitar, mas o que realmente importa é o que cada um faz com
as condições que tem, para alcançar o objetivo que almeja.
Sartre,
um filósofo francês do século XX, nos presenteia com a seguinte frase: “Não importa o que fizeram de mim, o que
importa é o que eu faço com o que fizeram de mim”. Ou seja, não importa se
nasci com talentos, dinheiro e um corpo bonito e saudável, minha vida só será
boa, com saúde, sucesso, se eu fizer algo para que ela seja assim. Não posso
exigir que ninguém faça isso por mim.
Procurar um
profissional para nos auxiliar em nossa mudança, não vai torná-la mais leve,
mas ajudará no direcionamento, ele nos apontará possíveis caminhos, mas somente
nós podemos dar o primeiro, segundo e milésimo passo rumo ao nosso desejo. A
responsabilidade dos outros nesse processo é nula em comparação à nossa.
A cada
ano vamos obtendo uma maior autonomia em nossas vidas, e a partir dos 20 anos,
ainda gradualmente,começamos a ter controle sobre a maior parte de nossa
própria vida. Podemos escolher o que comer, vestir, quando sair, no que
trabalhar. Vamos modelando nossa existência segundo nossos atos. E isso
significa que nossa responsabilidade também cresce, até um momento que ela é totalmente
nossa. Ou seja, não podemos deixar de assumir as conseqüências de nossas ações.
Gravidez não planejada, decepção amorosa, aumento de peso, demissão ou um mau
passo na vida. Toda e qualquer pessoa está sujeita a passar por momentos delicados,
mas eles não são mais que momentos. A vida continua apesar de. Nossos erros não
são condenação, mas vão exigir uma correção ou uma readaptação para seguir em
frente, normalmente cobrando alguns meses ou anos de retrabalho.
Algumas
vezes, o mundo é cruel, a vida tem suas dificuldades, e há momentos que tudo
parece dar errado, entretanto, a inação sempre faz a situação piorar, e o
esforço bem pensado, ponderado, em regra melhora as situações, ou ao menos
minoram o seu dano. Como está sua vida? Como anda sua saúde, seu coração? Tem
feito tudo o que pode para viver a vida que sempre sonhou? Os ganhos vêm depois
de uma luta diária e árdua. Quer ir longe? Dê o primeiro passo!
Elen Carioca
Psicóloga
CRP 01/16275