O que leva um órgão regulador nacional a tomar decisões, em geral, no mínimo incoerentes, pra não
dizer pior?
Ontem, dia 02/07/2015, tomei conhecimento da notícia de que a ANVISA, contrariando uma lei, aprovou o uso de um agrotóxico, mais nocivo do que outros liberados para a mesma finalidade. Segundo a lei, de 1989, não deve conseguir registro um produto que seja mais nocivo do que outros já existentes. A agência alega um "erro" de classificação e, mesmo sem todos os laudos conclusivos, optou pela liberação do produto. Outros casos similares já ocorreram, no passado e, mesmo com denúncias e pareceres em contrátio da AGU, os erros continuam se perpetuando. (Todas estas informações vêm diretamente da reportagem da Folha de São Paulo de ontem).
Parece mentira, né? Quando eu leio estas coisas eu também fico assim. É como se fosse uma anestesia mental. Como se fosse uma história de ficção, ou de teorias da conspiração, mas o pior é que é a realidade. Pessoas reais, com funções e compromissos públicos reais, tomam decisões que contrariam uma LEI para liberar um produto que vai causar MAIS MAL a outras pessoas que, supostamente, elas deveriam estar defendendo.
Não tem como a gente não pensar as piores coisas. Na melhor das hipóteses, as pessoas envolvidas não têm capacidade técnica para decidir (eu duvido um pouco). Na pior das hipóteses... vocês têm visto o que acontece no nosso país, em outras notícias, sobre outros temas. Este não seria diferente. Ficamos no campo das hipóteses, perdidos no achismo, mas seria impossível pensar diferente com algo tão absurdo acontecendo.
O que mais me deixa abismado é que esta mesma agência, estas mesmas pessoas, o mesmo ministério também, dificultam e/ou impedem a entrada, no nosso país, de substâncias como a melatonina e o DHEA, vendidas livremente em países que têm agências reguladoras extremamente eficientes e respeitadas. Quando a gente pondera isso, se pergunta: por que são proibidos então? São tóxicos? São nocivos à saúde? NÃO! Nada disso.
A melatonina é um hormônio fantástico, produzido no nosso encéfalo, com funções que envolvem a boa qualidade do sono e um potencial antioxidante simplesmente INCOMPARÁVEL. Se você quer ter saúde cerebral, precisa ter níveis adequados de melatonina. A partir dos 30 anos, aproximadamente, a produção natural apenas cai, o que justifica a suplementação, sempre em doses pequenas e individualizadas. Já vi um número enorme de pessoas recuperarem um sono de qualidade e melhorarem muito suas vidas com o simples uso deste suplemento. O DHEA, por sua vez, é um hormônio produzido nas glândulas supra-renais que, além de servir para se converter em outros hormônios, como testosterona e estradiol, tem função na manutenção da saúde cerebral, melhorando a memória, a assertividade, a libido e protegedo o cérebro contra os excessos de cortisol.
Cadê os malefícios destas duas substâncias, por exemplo? Como qualquer suplemento alimentar, meidcamento ou, até mesmo, alimento, elas precisam ser utilizadas corretamente para serem plenamente benéficas para a saúde. Você conhece algo que não seja assim? Estas duas substânias, no uso correto, só trazem BENEFÍCIOS à saúde humana. Por que não estão liberadas? Mistéééério...
Enquanto isso, ao nosso redor, o paracetamol, molécula lícita que mais males à saúde causa no mundo, entre os medicamentos, continua liberado e sendo vendido sem receita...
E aí? Será que regulam nossa saúde... ou nossas doenças?
Dr Adolfo Duarte - CRM-BA 15.557