terça-feira, 13 de setembro de 2011

Pressão Alta, uma vilã não compreendida...


Frequentemente as pessoas chegam ao consultório reclamando de “Pressão Alta”: - Dr. minha pressão “subiu”, chegou em 17/9 e fiquei preocupado!

O valor da pressão arterial é uma medição indireta e imprecisa a com o objetivo de avaliar a força com que o sangue bate na parede das artérias. Esse valor sofre variação frequente, e é normal!

Em repouso o coração bate entre 60 e 100 vezes por minuto, e cada vez que o faz, gera um valor de pressão diferente, isso quer dizer que, se medirmos a pressão 2 ou 3 vezes seguidas, teremos 2 ou 3 valores de pressão diferente, e é normal!

A pressão arterial também sofre influência da temperatura (o calor abaixa e o frio aumenta), do estado emocional (aumentando com nervoso, estresse, preocupação, angústia e ansiedade, diminuindo com o repouso, o sono). Outras causas muito frequentes de aumento da pressão são: durante atividade física, dor, todo tipo de dor, seja de cabeça, de barriga ou no dedão do pé.

Esses aumentos da pressão são transitórios, após 30 minutos, em média, ela volta ao normal, não trazendo qualquer prejuízo para a saúde.

Infelizmente o grande problema da pressão, assim como diabetes e colesterol, é que não causam sintomas, não avisam que estão alterados, causando problemas de forma silenciosa, a longo prazo. É necessário vários anos de pressão alta para que as complicações apareçam.

A preocupação com a pressão não é a cada vez que ela sobe, e sim, ela ficar persistentemente alta, por período superior a 30 dias.

Para uma avaliação adequada do nível pressórico, devemos aferir a pressão em ambiente calmo, com o paciente sentado a pelo menos 5 minutos, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado, não ter feito exercício físico por 60 minutos, nem ter alimentado, ingerido bebida alcoólica, café ou fumado por 30 minutos. O ideal é que a pressão fique abaixo de 140/90mmHg, o famoso 14/9, a maior parte do dia, mas não o dia todo!

A grande dificuldade do médico é convencer o paciente a modificar seu estilo de vida, corrigindo a alimentação e fazendo exercícios físicos diariamente, e, em algumas situações, tomar uma medicação, sendo q a pessoa não sente nada, e as medicações estão sempre sujeitas a efeitos colaterais. Com isso, acaba esquecendo, ficando vários dias sem usar a medicação e só preocupa com a pressão quando sente dor de cabeça ou outro sintoma inespecífico. A pressão não é tratada pelos sintomas, mas pelos riscos de complicações graves a longo prazo, fazendo dela uma inimiga traiçoeira e não compreendida.