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terça-feira, 17 de junho de 2014

Laser em baixa intensidade alivia síndrome da ardência bucal

A síndrome da ardência bucal - SAB, caracterizada por sensação de queimação na mucosa oral acompanhada de ausência de sinais clínicos e alterações laboratoriais detectáveis. O portador geralmente reclama de ardência na língua ou nas mucosas bucais. Sente gosto amargo ou alterado e tem dificuldade de engolir, como se estivesse com a garganta semibloqueada. Às vezes, tem a sensação de leve inchaço na língua. Todos estes sintomas podem aparecer separadamente ou não, o que leva a um grande desconforto e queda na qualidade de vida do portador.
De acordo com a pesquisa realizada por Vivian Pellegrini, orientada pelo professor Norberto Sugaya, da Faculdade de odontologia da USP, a terapia com laser em baixa potência em pacientes que apresentam a síndrome alivia a ardência.
O principal benefício da irradiação laser é a regeneração das fibras nervosas. Ele também possui propriedades anti-inflamatórias e não desencadeia efeitos colaterais. Para realizar a pesquisa, foram montados aleatoriamente dois grupos experimentais. Um deles recebeu quatro irradiações de laser de baixa intensidade, intitulado de grupo laser; e o outro recebeu falsa irradiação, chamado de grupo placebo.
Todos os pacientes submetidos ao tratamento apresentaram melhora significativa da sensação de queimação da boca. É interessante ressaltar que houve melhora também nos pacientes do grupo placebo, o que evidencia o poder do fator psicológico  no alívio da ardência.
As irradiações foram realizadas na forma de varredura nas áreas acometidas pela ardência. A técnica de aplicação é simples e bem tolerada pelos pacientes, mas exige muitos deslocamentos do mesmo à clínica.
Apesar de ser uma doença de incidência mundial, ela ainda é pouco conhecida. A síndrome afeta sete vezes mais mulheres do que homens, geralmente acima dos 50 anos. A incidência de sua aparição é de 0,7% a 4,6%  da população geral e de 2% a 20% da população feminina após a menopausa, variação que reflete a dificuldade de se estabelecer critérios para seu diagnóstico.
O diagnóstico é feito por exclusão. Várias condições  podem ser possíveis agentes causais da ardência como: diabete descontrolada, depressão, climatério, alergias a materiais ou alimentos,  hipertensão, falta de saliva, desnutrição, falta de ferro, vitamina D, do complexo B, distúrbios hematológicos, habitos parafuncionais (ranger dentes ou apertar a lingua) mas nenhuma delas se enquadra na síndrome.
O diagnóstico é realizado por etapas. O paciente apresenta ardência crônica, não tem alteração local evidente, não tem medicamentos envolvidos e, por fim, não apresentar nenhuma das condições sistêmicas propensas a ardência”, explica o professor Norberto Sugaya.
As linhas de investigação recentes apontam para uma condição neuropática, devido ao fato de alguns portadores da síndrome apresentarem também distúrbio na expressão de reflexo e na percepção sensorial. Além disso, o uso de antidepressivos traz benefícios sintomáticos.

Dra Taluana Cezar Modesto França – CRO DF 4681
Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial
Periodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares
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