sábado, 7 de maio de 2011

Intestinos: "Nosso Segundo Cérebro"




Vários estudos têm demonstrado a importância do intestino grosso na produção de diversas substâncias de grande importância não só para o bom funcionamento intestinal, mas também para o equilíbrio de diversas funções de nosso corpo. 

Pesquisas recentes demonstram que o intestino grosso é o responsável pela formação do bolo fecal, reabsorção de água e nutrientes, produção de imunoglobulinas, produção de vitaminas do complexo B e vitaminas D, através da flora bacteriana intestinal. 

As pessoas deveriam evacuar de duas a três vezes ao dia após às refeições, devido ao reflexo gastro-cólico, como ocorre com os recém-nascidos. Como isso não ocorre, devido a diversos fatores (hábitos de vida, ritmo de trabalho, alimentação não-balanceada, sem fibras; estresse físico e emocional; falta de atividade física etc), várias pessoas desenvolvem a chamada “prisão de ventre” ou “intestino preso”. 

Material fecal vai sendo acumulado, durante meses e até anos, nas paredes do cólon intestinal, onde serão continuamente produzidas toxinas e formas fúngicas, que chegarão à corrente sanguínea e então aos diversos órgãos de nosso corpo, provocando alterações em nossa saúde, que normalmente não são detectados por exames rotineiros. 

Portanto, a identificação e o controle da função intestinal são de suma importância para que sejam evitadas várias doenças sistêmicas, como alergias inespecíficas, alergias alimentares, fadiga crônica/desânimo, depressão, dores de cabeça e até enxaquecas, problemas de pele e unhas, baixa do sistema imunológico (predispõe a infecções de repetição), dores em articulações e fibromialgia, insônia, distenção abdominal com alta formação de gases intestinais e outros. A identificação desses distúrbios é feita por meio da entrevista com o paciente, exame físico e a realização de exames específicos, que em conjunto podem detectar e corrigir o problema. 

Feito a detecção, o médico deve intervir nos hábitos de vida da pessoa, como reeducação alimentar e exercícios físicos, além da reposição de lactobacilos (probióticos) e prébióticos. Sabemos que a pessoa que não evacua fica mal-humorada, daí o nome de “enfezada”. E sabemos também que 80% da serotonina processada no nível cerebral é produzida no intestino. Então, fica fácil entender que esse mau humor e, em alguns casos, até a depressão podem ocorrer em pessoas com constipação intestinal. Isso só vem a reforçar a idéia de que nosso intestino é realmente nosso segundo cérebro;já dizia meu professor Hélion Póvoa.


Dr. Telmo Diniz

Médico graduado pela Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade do Rio de Janeiro (UNI-RIO)
Pós-graduação lato-senso em Medicina Ortomolecular pela Universidade Veiga de Almeida do Rio de Janeiro
Membro da Associação Médica Brasileira de Oxidologia (AMBO)
Atende como clínico geral com prática ortomolecular e anti-aging na Longevità - clínica e Spa Ortomolecular